A 2ª edição do Dia de Campo da AMAPA – Associação Maranhense dos Produtores de Algodão, aconteceu na Fazenda Planeste (SLC), na última sexta-feira, 05/07, e contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre elas Agricultores, Consultores, Técnicos de Vendas, Secretário de Agricultura do município e funcionários de manejos diretos na cultura do algodão, além de estudantes Técnicos e Universitários, de Balsas e Imperatriz. O 1º Dia de Campo aconteceu ano passado na Fazenda Parnaíba, Serra do Penitente, neste mesmo período.

Alunos do curso de Agronomia da UEMA – Universidade Estadual de Balsas compartilharam o programa em campo, ao lado de outros da Escola Técnica de Agricultura “Centro de Ensino Paulo Freire”, da Batavo (Povoado 270 km distante da sede do município) e estudantes de Agronomia da UEMASUL – Universidade Estadual da Região Tocantina/Imperatriz.

Dividido em duas turmas que se revesavam nas várias tendas localizadas ao longo das plantações, entre uma palestra e outra os convidados conheciam sempre algo novo em cada uma delas, cujos apresentadores consumiam entre 20 e 40 minutos de palestra sobre temáticas relacionadas à produção do algodão, desde a escolha da semente, preparo do solo à contabilização dos fertilizantes e defensivos como também às cotações, vendas e destinação do produto final.

Para o Gerente da Planeste, Dejair Missio, o ganho esse ano não está muito satisfatório devido à questão de preço. Um ano que não tem mostrado cenário muito bom para o algodão. “Isso a gente sabe que tem a ver com a guerra comercial, também com a demanda de produtos substitutos como os sintéticos, mas é uma cultura que nós estamos mantendo. Um sistema que, uma vez que você entra nele, que você cria uma estrutura, não dá mais para sair, então você tem que continuar”. Ele também ressaltou a visitação de estudantes, dizendo que “é muito importante a impactação entre estudantes e produtores e esta é uma oportunidade de conhecimentos”.

Para o sr. Olivério Alves de Melo, produtor rural (soja), pela segunda vez participa do Dia de Campo da AMAPA nas agro-indústrias algodoeiras do Maranhão, a cultura do algodão no estado já está consolidada.

Eleusio Curvelo Freire – Cotton Consultoria, explicou que o plantio moderno do algodão se iniciou em 2003 e tem hoje, no Maranhão (municípios produtores: Balsas, Tasso Fragoso e Alto Parnaíba), a safra 2018/2019 atingiu o patamar 27.388 ha de área plantada, com uma produção de 282,2 @ . Localizada no Chapadão de Balsas 36,8%, Serra do Penitente 56,7% e Serra do Medonho 6,5%.

A safra brasileira 2018/2019 é de 2,663 milhões de toneladas em área plantada de 1.472.100 ha. O consumo interno brasileiro é de 720.000 toneladas e a exportação de 1.650.000 t, para importação de 5.000 t. O Brasil é o 2º maior exportador e o 3º produtor mundial de algodão. A ampliação de áreas nas 03 últimas safras foi de 18%, 20%, e 35% ao ano respectivamente. O Consultor Eleusio salientou que o maior problema atual na produção do algodão é a disponibilidade de contêineres, portos, caminhões e infraestrutura em geral.

O Consultor também refletiu sobre a característica da cadeia produtiva do algodão, principalmente porque se trata de exportação. Ele afirma que 99% da produção e exportação é oriunda do cerrado e graças intervenção da ABRAPA, IBA, AMAPA que dão a certificação ABR, com 78% BCI, restabelece 30% da oferta mundial, com rastreabilidade SAI para 207 Algodoeiras. O que colabora para a exportação também do algodão brasileiro é o Programa de Qualidade do Algodão, concedido pela SBRHVI – Standard Brasil, HVI e CBRA – Cento Brasileiro de Referência em análise de algodão. As agro-indústrias também recebem defesa e apoio por equipes nacionais e estaduais, além de tudo isso, as empresas produtoras ganham campanhas nacionais, como “Sou de Algodão” e missões para o exterior.

E explanou em suas palestras os importantes números de expansão da produção de algodão no Maranhão, mais especificamente em Balsas, que segundo ele, só dois lugares, no mundo, tem a chamada ‘safrinha’ do algodão.

Seu Eleusio também enriqueceu a palestra confirmando que a tecnologia usada no Maranhão, para a produção e beneficiamento do algodão é a mesma ou melhor que a desenvolvida em outros países como EUA ou Austrália.

Clovilmar Santos Queiroz é estudante de Técnico de Agricultura do Centro Estadual Paulo Freire, na Batavo, povoado 270 km da sede de Balsas e pela primeira vez participa de um Dia de Campo. Ele afirma que “tem muitas coisas que incentivam a vontade de prosseguir nos estudos, de aprender e como estamos apenas no início, vamos buscar mais conhecimento”.

A coordenadora do curso e também professora do Centro de Ensino Paulo Freire, Maria Raimunda, falou que está muito agradecida pela oportunidade e que as palestras tiram as dúvidas.

Paulo Victor de Oliveira, funcionário, Técnico de Desenvolvimento de Mercado, observou o aumento do número de pessoas e produtores interessados na plantação do algodão. Por ser uma cultura muito técnica ele acredito que as palestras trazem a luz para os futuros investidores na cotonicultura.

Representante Técnico da J&H Sementes, Rinaldo Grassi Pirozzi, falou da importância de ter a AMAPA mais próxima do agricultor, principalmente em eventos como este Dia de Campo.

O Coordenador da AMAPA, Wellington Nascimento Silva falou que este foi mais um Dia de Campo proveitoso, com uma participação recorde pessoas, sendo ofertada a transferência de tecnologia “onde a gente tem partido com muita ênfase na promoção do algodão, da viabilidade e a gente tem colhido ótimos resultados”. Para Wellington, os convidados têm atendido o convite com nível de satisfação alto. Ele também disse acreditar que os objetivos foram atingidos, esperando sair para as próximas safras “com a entrada de novos produtores, com fortalecimento e crescimento da produção brasileira pelo nosso estado”.

O Coordenador da AMAPA também confirmou o aumento na área de produção da próxima safra, em todas as empresas cotonicultores do Maranhão, principalmente na Serra do Penitente.

Wellington agradeceu às parcerias e afirmou a continuidade dos Dias de Campos para os próximos anos.

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