Depois de 02 anos e 07 meses de abertura de inquérito, policiais acusados de matarem a jovem Karina Brito Ferreira, aos 23 anos de idade, foram interrogados em audiência de instrução e julgamento no auditório do Fórum de Balsas, durante esta terça-feira, 06/08. Durante o interrogatório o Juiz de Direito Titular da 4ª Vara, José Francisco de Souza Fernandes, ouviu o depoimento dos 04 policiais (André Zacarias Passos Dias, Bruno Rafael Moraes, Joas Gomes Nunes e Raifran de Sousa Almeida) que foram denunciados por homicídio doloso – quando há intenção de matar – qualificado, mediante recursos que impossibilitaram a defesa da vítima, da irmã de Karina, Kamila Brito Ferreira e do Delegado da 11ª Delegacia Regional de Balsas, Fagno Vieira, que na época estava à frente de comando dos investigadores na caçada aos bandidos que tinham acabado de assaltar o banco em Fortaleza dos Nogueiras.

Emocionada, Kamila relatou ao juiz e ao promotor Antônio Lisboa de Castro Viana Júnior o que aconteceu naquela tenebrosa noite de caça ao restante dos bandidos, após a prisão de 11 elementos, que haviam assaltado uma agência do Banco do Brasil em Fortaleza dos Nogueiras, a 80 km de Balsas, no sul do Maranhão. Conforme o depoimento de Kamila, ela e sua irmão Karina ‘voltavam de um velório, na madrugada de 14 de dezembro de 2016, quando foram perseguidas pelos policiais militares em um carro descaracterizado. Elas receberam diversos tiros e mesmo após o carro delas estar parado continuaram a ser alvejadas. O carro em que ambas estavam levou 17 tiros, acertando Karina na região do tórax, levando-a à morte instantânea’.

Para Kamila, o depoimento a faz relembrar toda a trajetória da perseguição e morte de sua irmã e quase a sua também. “É bem difícil. É uma situação delicada. Rememorar novamente toda aquela situação, mas infelizmente ou felizmente é necessário até para pedir justiça, para que a justiça seja feita. Estar aqui não fica impune para que não seja só mais um filme qualquer. Tirar uma vida que tinha tudo pela frente e que infelizmente só quem perdeu foi ela e nós. Então é pedir justiça mesmo. Dói. É doloroso, mas é o que nos resta”. Clemenciou Kamila.

De acordo com informações internas da 1ª Vara do Fórum de Balsas, o interrogatório desta terça-feira foi suspenso após o depoimento dos envolvidos: policiais, delegado e a vítima Kamila Brito e voltará assim que houver o retorno da carta precatória enviada a São Luis, que tem o prazo de 20 dias. Findando este prazo, o juiz Dr. José Francisco marcará nova data para agendar o próximo interrogatório.

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