O vazio sanitário da soja no Brasil termina neste dia 15 de setembro na maior parte dos principais estados produtores e os sojicultores nacionais estão com todas as suas atenções voltadas, portanto, para o início dos trabalhos de campo. Assim, os negócios com a oleaginoso no Brasil seguem caminhando em ritmo bastante lento, principalmente aqueles que se referem à esta nova safra.

“Os preços caíram nos últimos meses e o produtor já vendeu um bom volume, já se protegeu e não precisa ir às vendas agora”, explica o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.

E momentos como estes duram ainda mais quando os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registram uma sessão de pouca movimentação, como o registrado nesta quarta-feira(14), ou em que o dólar também busca definir um melhor direcionamento neste momento. Na CBOT, o mercado fechou com estabilidade e pequenas baixas nos vencimentos mais negociados, levando o novembro/16 a encerrar o dia com US$ 9,42 por bushel. A busca pelo fôlego veio após dois pregões consecutivos de intensas baixas.

“O mercado, no geral parece, de ressaca. De um lado, sem notícias fundamentais altistas e do outro sem novidades  baixistas, além das já conhecidas, como as grandes safras mundiais que estão chegando ao mercado”, explica o Ginaldo Sousa, analista de mercado da Labhoro Corretora.

Ao mesmo tempo, o dólar contou com mais um dia de altas frente ao real, subiu 0,79% e fechou cotado a R$ 3,34. Com isso, a moeda registrou seu melhor nível desde o início de julho, segundo informou a agência de notícias Reuters.

Assim, por mais um dia, os preços no mercado brasileiro não obedeceram um caminho comum, registrando ganhos em algumas praças de comercialização, baixas em outras e estabilidade nas demais. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, o preço subiu 2,86% para R$ 72,00, enquanto em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, perdeu 4,11% parar R$ 70,00 e em Rio Verde, Goiás, permaneceu estável com R$ 74,00 por saca.

No porto de Rio Grande, alta de 1,02% no disponível para R$ 79,00 por saca e de 0,64% no mercado futuro, para R$ 78,50. Já em Paranaguá, queda no disponível de 1,21% e estabilidade no produto da nova safra, para R$ 81,50 e R$ 80,00 por saca, respectivamente. Santos ainda conta com R$ 80,00 e Imbituba, R$ 81,00.

As referências, portanto, são conhecidas e já não mais atrativas, ao menos por ora, para os produtores brasileiros que, assim, evitam novas vendas. Dessa forma, para Fernandes, será necessário manter o foco em um bom início do plantio, mas também na movimentação dos componentes formadores de preços. “Será preciso ficar muito atento ao dólar. Os rallies de câmbio serão muito oportunos e deverão ser acompanhados”, diz.

E justamente em função do câmbio, o produtor brasileiro de soja conta, este ano, com uma das melhores relações de troca dos últimos anos. “Em relação ao período de fevereiro e março, a relação não mudou muito, mas vimos os fertilizantes e outros produtos em dólar caindo. Mas, já temos 80% dos insumos comprados e o produtor bem preparado para começar a nova safra”, explica o consultor.

Dólar sobe e fecha a R$ 3,34 com cautela por cenário externo

O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, influenciado pela desvalorização do preço do barril do petróleo e continuidade das preocupações com os encontros do Federal Reserve e do banco central do Japão na próxima semana, bem como com as eleições presidenciais norte-americanas.

O dólar avançou 0,79 por cento, a 3,3430 reais na venda, renovando o maior patamar desde 7 de julho (3,3659 reais). No mês, a moeda norte-americana subiu em quase todas as sessões até agora, marcando apenas duas quedas, e acumula valorização de 3,52 por cento no período.

Na mínima do dia, a moeda marcou 3,2985 reais e, na máxima, 3,3469 reais.

Fonte: Notícias Agrícolas

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