Morreu por volta das 09h15 (horário local), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o ex-governador, ex-senador, ex-prefeito de São Luís e deputado federal no exercício do quinto mandato, João Castelo (PSDB). Ele havia sido submetido a uma cirurgia cardíaca, mas não resistiu. Natural de Caxias, Castelo era advogado, tinha 79 anos e era diabético.

No final de outubro, Castelo sentiu-se mal em casa e inicialmente foi atendido na emergência do UDI Hospital. Posteriormente, seguiu para São Paulo, para colocar duas pontes de safena e duas mamárias. A operação de revascularização foi mal sucedida, devido à idade avançada e ao diabetes. A equipe médica do Sírio-Libanês que o acompanhava decidiu, então, colocá-lo em coma induzido, à espera de uma melhora, o que não aconteceu.

Greve da meia-passagem

João Castelo Ribeiro Gonçalves elegeu-se deputado federal em 1970 e 1974, e, graças ao sistema de eleições indiretas, foi escolhido governador do Maranhão, em 1978, pelo presidente Ernesto Geisel. A opção pelo jovem parlamentar, então com 40 anos e filiado à extinta Arena, evitou um confronto entre as facções do partido lideradas pelo então senador José Sarney e Nunes Freire, ex-governador que antecedeu Castelo. Como titular do Palácio dos Leões, enfrentou greves e manifestações estudantis em São Luís, contra o aumento das tarifas de ônibus. A mais grave ocorreu em 1979 e culminou com o anúncio da meia-passagem.

Obras

Ainda como governador, foi responsável pela construção do Sistema Italuís – projetado para abastecer a maior dos bairros da capital maranhense com água do rio Itapecuru. Também determinou a construção de conjuntos residenciais, como Cidade Operária e Maiobão e do estádio Castelão e de todo complexo esportivo do Outeiro da Cruz.

Eleito prefeito de São Luís em 2008, fez uma gestão polêmica, com uma série de episódios que o desgastaram, como o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) (posteriormente barrado pela Justiça. Em plena campanha pela reeleição, adquiriu por R$ 7 milhões o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), apresentado por ele como revolução do transporte público de São Luís. Minado por críticas, não conseguiu renovar o mandato, sendo derrotado no segundo turno pelo então deputado federal Edivaldo Holanda Júnior, reeleito em 30 de outubro deste ano.

Em 2015, dois anos após  encerrar o mandato de prefeito da capital, foi condenado à perda do mandato na Câmara Federal, que conquistara em 2014, à suspensão dos direitos políticos por oito anos e ao ressarcimento de R$ 115 milhões aos cofres públicos municipais. O tucano foi acusado de improbidade administrativa por ter contratado uma empresa de pavimentação sem licitação.

Castelo ainda tentou lançar seu nome na disputa da última eleição municipal em São Luís, mas não conseguiu viabilizar seu nome.

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