O Maranhão terá na colheita 2016/17 um aumento de 90,2% na produção de grãos, segundo o sexto levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra agrícola, e com isto o estado volta a ser o segundo maior produtor na região do Matopiba.

De acordo com o levantamento, a colheita deste ano deverá ser praticamente o dobro da anterior, pois serão 4,179 milhões de toneladas contra 2,481 milhões da safra 2015/16, à frente tanto do Piauí (3,470 milhões) quanto do Tocantins (4,490 milhões) e atrás apenas da Bahia (7,303 milhões).

De acordo com o levantamento da Conab, dois fatores continuem para : a ampliação da área plantada, que 16,5%, saindo de 1,420 milhão para 1,655 milhão de hectares, e a produtividade, que foi de 1.748 quilos por hectare na colheita anterior e este ano será de 2.825 quilos por hectares, o que se explica tanto pelo uso de novas tecnologias quanto por uma queda nas perdas, já que o ano passado foi marcado por um dos períodos de seca mais intensa no estado.

Apesar deste bom desempenho, o Maranhão terá perda em uma das culturas mais tradicionais, o arroz, que terá uma colheita inferior à da safra passada em 17,1%, ou seja, cairá de 268,3 mil para 222,4 mil toneladas.

O melhor desempenho será da soja, que deve ter uma variação positiva de 127,2%, ou seja, de 1,250 milhão na safra 2015/16 serão colhidas, este ano, 2,840 milhões de toneladas. A área para plantio de soja aumentou 20,3%, indo de 786,3 mil para 945,9 mil hectares. A produtividade também aumentou consideravelmente, indo de 1.590 quilos por hectare para 3.003 quilos por hectare, ou seja, aumento de 88,9%.

Outras culturas que também sinalizam para aumento da colheita são o algodão, de 82,5 mil para 89,3 mil toneladas; feijão, de 39,3 para 47,8 mil toneladas; e milho, que vai de 874,4 mil para 1,555 milhão de toneladas.

Produção ­

A produção nacional de grãos, ainda de acordo com a Conab, deve chegar a 222,9 milhões de toneladas, representando aumento de 19,5% (36,3 milhões de toneladas) em relação à safra anterior, que somou 186,6 milhões de toneladas. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Néri Geller, o crescimento da soja foi extraordinário. “As expectativas foram superadas. Como previsto no início do ano, está se confirmando uma safra bastante elevada. A competência do produtor e o clima contribuíram muito.”

“No caso da soja, principalmente no Centro-­Oeste, o resultado foi extraordinário, chegamos a 107 milhões toneladas. Isso é bom para o produtor e para a economia do país”, afirmou Geller.

A estimativa positiva se deve principalmente ao aumento da produtividade média das culturas. Além disso, o levantamento inclui a área de culturas de segunda safra. A área total tem perspectivas de ampliação de 2,8%, podendo chegar a 60 milhões de hectares em relação à safra 2015/2016.

Para a soja, a projeção é de crescimento de 12,8% na produção, podendo atingir o recorde de 107,6 milhões de toneladas, e ampliação de 1,9% na área, que deve atingir 33,9 milhões de hectares.

O milho deve somar 89 milhões de toneladas, sendo 29,3 milhões para a primeira safra e 59,7 milhões para a segunda. A segunda safra de milho, entretanto, pode ser alterada, já que ainda está sendo plantada. A ampliação da área total de milho deve ultrapassar 16 milhões de hectares. Juntos, milho e soja representam quase 90% dos grãos produzidos no país.

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