A Carreta da Saúde, que percorre o Brasil para combater a hanseníase, completa 10 anos como um dos principais projetos de erradicação da doença no país. O Maranhão foi o estado que mais recebeu os serviços da Carreta Novartis da Saúde, com 17 mil atendimentos e o diagnóstico de 601 novos casos da doença em mais de 150 municípios percorridos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Maranhão é o terceiro estado do país com mais casos de hanseníase e o primeiro do Nordeste¹. A hanseníase é considerada um problema de saúde pública por décadas. Embora a doença tenha sido controlada na maior parte do mundo, ela continua a afetar cerca de 200 mil pessoas por ano, especialmente em países como o Brasil, Índia e Indonésia.
Combate à doença no país
Segundo dados cadastrados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), entre 2014 e 2018 o projeto já percorreu quase 500 municípios de diferentes estados, realizou cerca de 70 mil atendimentos e concluiu o diagnóstico de 2.369 pessoas, que foram encaminhadas para o tratamento adequado.
Além do atendimento à população, a Carreta realiza o treinamento de profissionais da área da saúde pública em municípios brasileiros, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos profissionais em relação ao combate à doença. A capacitação é realizada em parceria com a Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (DAHW). Em 2018, 1.900 profissionais de saúde pública foram treinados.
A Carreta Novartis da Saúde está em atividade desde 2009. Trata-se de um caminhão itinerante com cinco consultórios e um laboratório que percorre estados brasileiros, oferecendo atendimento gratuito e exames, além de esclarecer dúvidas e conscientizar a população sobre a prevenção.
Após o diagnóstico, os pacientes recebem o tratamento completo por meio de medicamentos da Novartis doados à Organização Mundial da Saúde (OMS), que os repassa a países como o Brasil. O tratamento poliquimioterapia (PQT), que está disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a hanseníase, interrompe sua transmissão e previne as deformidades.
O projeto é resultado de uma parceria com o Ministério da Saúde, com apoio do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), que buscam a erradicação da doença até 2020. Estima-se que a carreta seja responsável por cerca de 25% de todos os diagnósticos realizados no país.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e curável que causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com novos casos de hanseníase², segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, há uma redução de 34,1% no número de novos casos diagnosticados
Comumente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.
Referências
- Secretaria da Saúde do Governo do Maranhão. Acesso em: 06/07/2017. Disponível em: http://www.saude.ma.gov.br/
ministerio-da-saude-e-governo- do-maranhao-firmam-pacto- contra-a-hanseniase - Weekly epidemiological record – Global leprosy situation, 2012. Organização Mundial da Saúde. Acesso em: 06/07/2017. Disponível em:http://www.who.int/wer/2012/
wer8734.pdf?ua=1 - Portal da Saúde. Ministério da saúde. Acesso em: 09/01/2019. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/
editoria/saude/2017/01/novos- casos-de-hanseniase-registram- reducao-de-34-na-ultima-decada
Por Deyvis Drusian/Angelita Gonçalves