Um Ciclo de Palestra Multidisciplinar, proferido por profissionais do CAPS de Balsas, na manhã desta sexta-feira, 28, para estudantes no auditório da UFMA – Universidade Federal do Maranhão, fechou o mês dedicado à campanha nacional contra o suicídio, Setembro Amarelo, mas para o coordenador da instituição, Fabrício Galvão de Macedo, “é muito importante pra gente. Acho que os objetivos principais foram alcançados. Mas também serviu muito para que a gente também traçasse novo caminho, porque agora, durante o mês de outubro a gente tem algumas escolas para terminar essa palestra. O mês de setembro foi curto e nós queremos fechar esse ciclo para as faculdades ou escolas, para que possamos atingir toda essa população, principalmente de jovens que necessitam dessa atenção”.

Fabrício Galvão acentuou que a população jovem, de 15 a 29 anos, é que mais necessita de atenção. Para ele, “é um número que está aumentando muito na questão suicídio e que apresenta transtorno mental e dentro das faculdades está tudo calado, ninguém tá sabendo de muita coisa. A gente quer divulgar para que esses jovens possam se tratar e não evoluir, para acontecer algo pior com os estudantes”. Sentenciou o coordenador do CAPS.

Gisélia Brito, coordenadora do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, da UFMA/Balsas, convocou seus alunos para prestigiarem as palestras, disse à reportagem da Folha do Cerrado que “essa discussão sobre Setembro Amarelo, sobre essa questão do suicídio, precisa acontecer, para ajudar muitas famílias que já passaram por esse problema e também ajudar a evitar que muitas famílias passem por esse problema, porque a questão dos transtornos mentais é uma questão séria, emergente, que precisa ser tratada. Ela está no nosso meio, mas tem muito preconceito em torno dela. Então, nós precisamos discutir, precisamos conversar, nos conscientizarmos para que passe a uma realidade superada, a uma questão que é vivenciada mas que precisa ser enfrentada com carinho, com respeito e com profissionalismo.”.Ressaltou Gisélia Brito.

Ellen é Assistente Social da Universidade Federal do Maranhão. Para ela, foi uma palestra “muito eficiente, de muito proveito, porque a gente tem realmente percebido a questão do adoecimento mental nossa população e com os universitários também, não deixa de haver esse adoecimento, por vários fatores”. Ellen também acentuou que uma palestra como esta em uma universidade, é muito proveitosa, “mesmo porque ela vai ser multiplicada pelos alunos daqui. Nós estamos sempre à disposição para ouvir, para dialogar. Esse é o nosso papel, e da universidade”. Acrescentou.

Psiquiatra, dr. João Arnaud Diniz, profissional que atende no CAPS do município, diz que é através desse processo de educação que devemos discutir esse grande tabu que é o suicídio. Para ele, “dentro desses quatro anos, na cidade de Balsas, essas palestras repercutiram diretamente na diminuição do índice de suicídio”. O Psiquiatra acentuou que a sociedade balsense “precisa ter mais eventos como este, que discutam, que desmistifiquem mais essas questões relacionadas ao suicídio, que a gente possa integrar uma rede de uma maneira mais adequada, mais humanizado, os pacientes em sofrimento psíquico”.

Dr. João Arnaud também reforça que o objetivo é “justamente aí. Que a cada pessoa que a gente consiga tocar, psicoeducar, rediscutir, que eles sejam pessoas que levem isso para a comunidade, porque sem o apoio da comunidade a gente não vai conseguir fazer prevenção em suicídio. O objetivo não é apenas identificar as pessoas que já estão em sofrimento, é fazer com que as pessoas que estão bem consigo também possam indicar onde eles podem buscar ajuda, que possam principalmente se mostrar disponível em escuta, que muitas vezes as pessoas precisam falar frequentemente, dizer o que estão sentido, como é que elas estão lidando com essa angústia e cada um de nós somos responsáveis por propagar e previnir o suicídio, no estado todo, de uma forma presente, através de uma escuta qualificada, através de saber se colocar no lugar do outro”. Concluiu o Psiquiatra.

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