Muitas vezes vivemos em função do outro. Gastamos o que temos e o que não temos para impressionar, para demonstrar e até mesmo aparecer e,no fim de tudo, não resta sequer um olhar, um muito obrigado ou um elogio. A pior decepção é aquela que nos abraça na hora errada e vem de quem menos esperamos.
Criamos expectativas demais com as pessoas a nossa volta. Acreditamos que aparências e uma boa apresentação possa nos conectar com alguém que queremos. Vivemos ilusões perdidas e conquistas unilateral, muitas vezes.
Quem nunca comprou algo para impressionar alguém e se decepcionou? Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, inventou moda, pagou e ainda chorou desconsolada porque ele não percebeu.
Aprendi a fazer agrados para mim mesma, porque depois de muitos anos vividos, percebi que sou minha melhor plateia. Não é excesso de autoestima, não. Muito menos confiança demais, é apenas ter consciência que homens apreciam outras coisas. Raramente vamos encontrar um homem que consiga distinguir uma roupa de boutique com uma de brechó, um sapato caro com algum de liquidação, uma colônia barata de um perfume bom e caro, porque para eles, o imprescindível é a companhia, o carinho, o beijo, a pegada, o cheiro natural. Então, aprendi a gastar com mais atenção, algumas horas a mais em casa, carinho dobrado e conversa que convence e acolhe.
Demoramos muito tempo para aprendermos que superficial, supérfluo e falta de contexto matam os encantos. Ninguém precisa ter aparência impecável e cara para encantar, é preciso apenas demonstrar através da simplicidade amor e acolhimento.
Uma roupa bonita, um sapato lindo, jóias e maquiagem, muitas vezes, encantam apenas vitrines, porque ninguém vive de aparências.
O amor tem a exigência de ser leve e inteligente, porque é pura essência.
Fonte: O Segredo/ Simone Guerra