Que tudo tem seu lado bom e ruim a gente já sabe e não poderia ser diferente com as redes sociais. Encontramos amigos antigos, fazemos novas amizades, descobrimos um monte de coisas, mas em compensação somos mais superficiais e só postamos aquilo que queremos que os outros vejam. E mais uma vez, isso pode ser bom e pode ser ruim.
Um infográfico feito pela Schools.com questiona se as redes sociais nos tornam mais antissociais e como nossos relacionamentos online afetam os relacionamentos “reais”. Entre os dados levantados ele revela que mundialmente, a cada dia, gastamos 10,5 bilhões de minutos acessando o Facebook, isso sem contar os acessos mobile. O Brasil gasta em média 18 minutos e 19 segundos na rede do Marck Zuckerberg.
Esse tempo dedicado as redes sociais interfere no nosso comportamento. 24% das pessoas entrevistadas disseram que já perderam momentos reais por estarem atualizando redes sociais. Quantas vezes não perdemos tempo dando check-in, atualizando Instagram ou comentando sobre o momento que estamos vivendo, ou deveríamos estar pelo menos! É assim que acabamos presentes, mas ausentes.
O infográfico ainda mostra que, dos americanos que responderam a pesquisa do Badoo, 39% admitiram que gastam mais tempo socializando online do que cara a cara, 33% são mais propensos a começar uma conversa com alguém online do que pessoalmente e 20% preferem mensagens de texto/conversas virtuais. Em contrapartida, um estudo feito em Hong Kong afirma que em comparação com as amizades online, as amizades off-line são mais profundas.
Daí voltamos a questão de que a vida que temos online pode não ser a nossa completa realidade, mas apenas um apanhado de nossa melhor versão. O infográfico mostra que os entrevistados admitem que exageram ou mentem sobre aquilo que postam. São apenas “ajustes” que fazemos para criar e manter o que achamos ser uma boa imagem.
Isso me lembrou um texto que li no Comunicadores dias atrás, vale a leitura completa, mas basicamente diz para você parar de editar a sua vida e falar o que realmente sente. Nós editamos desde a foto do perfil e tudo que postamos. Escrevemos, reescrevemos, repensamos e tornamos nossa timeline o que acreditamos ser nossa melhor versão, que pode nem ser a realidade, mas é aquilo que a gente acredita. O texto incentiva você a ser mais você e menos edição.
Sabe aquela frase “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios…”? Então, a vida online é um filme que nos permite voltar, reescrever, refazer, apagar, editar e deixar do jeito que melhor nos convém.
Dentro dessa Matrix também é mais fácil estabelecer conexões e começar novas conversas, já com o benefício de saber algo sobre a pessoa que você está se comunicando, seja por foto, informações fornecidas, páginas curtidas, etc, mesmo sabendo que ela também deve estar editando essa verdade de modo que a favoreça. Se você conhecesse essa pessoa fora da Matrix tudo seria desconhecido e espontâneo, com erros e acertos.
A vantagem de conhecer o outro lado e a nossa satisfação com as informações que disponibilizamos nos faz sentir mais confiantes, mesmo que nem tudo seja verdade. Se por um lado as redes sociais facilitam os novos contatos elas também nos torna não inteiramente real, com verdades ocultas e exageros demais.
Por fim deixo a pergunta: será que estamos trocando os relacionamentos reais e espontâneos pelas facilidades dos relacionamentos online?