A produção de cana-de-açúcar, no Maranhão, na safra 2016/17, será de 1,916 milhão de toneladas, o que significa uma queda de 21,9% na comparação com a da safra anterior, quando foram colhidas 2,455 milhões de toneladas. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi divulgada nesta terça-feira (20) e de acordo com os números, o desempenho é resultado das reduções na área plantada, que caiu de 40,3 mil hectares para 39,5 mil hectares (-2,1%), e na produtividade, que era de 60.921 quilos por hectare e diminuiu para 48.576 quilos por hectare.
De acordo com a Conab, haverá, no entanto, um aumento de 7,6% no volume destinado à fabricação de açúcar, pois foram 94,8 mil toneladas na safra passada e serão 102,0 mil toneladas para essa finalidade na atual, o que provocará aumento de mil toneladas na produção do adoçante, que foi de 12,5 mil toneladas na safra 2015/16 e será de 12,6 mil toneladas na atual, ou seja, uma variação de 0,7%.
Quanto à destinação para produção de etanol, a queda será de 23,1% porque, enquanto na safra passada foram 2,360 milhões de toneladas para esse fim, a estimativa para a atual é de 1,814 milhão de toneladas, o que, consequentemente, provocará uma queda, de 187,297 milhões para 134,293 milhões de litros, o que representa um recuo de 28,3%. A produção de álcool anidro será de 31,018 milhões de litros a menos, pois cairá de 146,165 milhões para 115.146 milhões de litros. Quanto ao hidratado, serão 21,984 milhões de litros a menos, pois de 41.132 milhões de litros, na safra passada, haverá uma diminuição para 19,147 milhões de litros.
A explicação está na distribuição do volume de cana, pois de 1,814 milhão de toneladas para etanol, 1,565 milhão serão para o anidro e 249,4 para o hidratado.
Nacional – No que diz respeito à produção nacional, ela deverá ser de 694,54 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 4,4% em relação à safra anterior, que foi de 665,59 milhões de toneladas. A área a ser colhida está estimada em 9,1 milhões de hectares, aumento de 5,3% se comparada com a safra 2015/16, que foi de 8,6 milhões de hectares.
A produção de açúcar deverá atingir 39,8 milhões de toneladas, 18,9% superior à safra 2015/16, que chegou a 33,5 milhões de toneladas. A produção de etanol deve recuar 8,5% em relação à safra anterior, de 30,5 milhões de toneladas, ficando em 27,9 bilhões de litros. Segundo a Conab, a tendência se deve a maior rentabilidade do açúcar.
No caso do etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, a produção deverá ter aumento de 1,5%, alcançando 11,4 bilhões de litros, impulsionado pelo crescimento do consumo de gasolina em detrimento ao do etanol hidratado. Na safra anterior, a produção chegou a 11,2 bilhões de litros. O etanol hidratado deverá atingir a produção de 16,5 bilhões de litros, redução de 14,3% ou 2,8 bilhões de litros, comparado à safra passada (19,2 bilhões de litros), resultado do menor consumo deste combustível.
No Sudeste, as chuvas atrasaram a colheita da safra anterior e houve aumento da quantidade de cana bisada para a atual safra, refletindo num aumento de 7,1% na produção total. No Centro-Oeste as chuvas foram reduzidas, o que deve impactar numa redução de produtividade na ordem de 9,5% e recuo de 3,9% na produção.
No Nordeste deve haver diminuição da área colhida e aumento de produtividade. Isso se deve, entre outras coisas, a uma recuperação em relação ao déficit hídrico na safra passada. A Região Sul apresenta maior aumento percentual de área no país. O Paraná deve colher, nesta safra, a cana bisada, que é a que sobrou da safra anterior. E na Região Norte, responsável por menos de 1% da produção nacional, a área cultivada aumentou, a exemplo dos últimos anos. Apesar disso, a produtividade teve redução, nesta safra, em face das más condições climáticas para o desenvolvimento do canavial, explicou a Conab.