Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela Roche, entrevistou 5.508 pessoas, entre homens e mulheres, de diferentes faixas etárias, níveis de escolaridade, classes sociais e em todas as regiões do Brasil, com o objetivo de conhecer a percepção da população sobre o câncer no colo do útero, considerando seus estágios inicial e avançado.
Câncer no colo do útero – Dados sobre a doença
Considerado o terceiro tipo de câncer que mais atinge as mulheres no Brasil, o câncer de colo do útero é causado pela infecção persistente e não tratada adequadamente de alguns tipos de vírus, entre eles o HPV, mal que atinge 685,4 mil pessoas no Brasil.
Segundo Dra. Angélica Nogueira, médica oncologista e presidente do GrupoBrasileiro de Tumores Ginecológicos – EVA, o conhecimento insuficiente da doença e das ferramentas para sua prevenção e tratamento justificam as altas taxas de incidência, morbidade e mortalidade no país.
Para a especialista, a falta de informação é o principal gargalo para o controle do câncer de colo de útero.
“O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO ATINGE PRINCIPALMENTE MULHERES JOVENS, COM POUCOS ANOS DE ESTUDOS (APROXIMADAMENTE 10% DAS PACIENTES COM CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO BRASIL NÃO FORAM ALFABETIZADAS) E COM LIMITADO PODER AQUISITIVO. MAS MUITAS VEZES BARREIRAS CULTURAIS SE SOMAM A FALTA DE INFORMAÇÃO , COMO A VERGONHA DE REALIZAR EXAME GINECOLÓGICO OU PROIBIÇÃO POR PARTE DE COMPANHEIROS. POR ISTO A INFORMAÇÃO SOBRE AS FERRAMENTAS DE CONTROLE, COMO VACINA, EXAME PREVENTIVO DE PAPANICOLAU OU E AVANÇOS NO TRATAMENTO PRECISAM SER GLOBALMENTE DIFUNDIDOS NA POPULAÇÃO.”
Diagnóstico de câncer de colo de útero é tardio
Um dado PREOCUPANTE.No Brasil, 77% das pacientes com câncer de colo do útero são diagnosticadas com a enfermidade já em fases mais avançadas, quando começam a surgir os primeiros sintomas, como sangramentos e dores pélvicas.
Como evitar este tipo de câncer que atinge as mulheres
Evitar o câncer de colo de útero é possível com a vacina (em meninas de 9 a 13 anos, ou seja, que ainda não atingiram a idade de iniciar a relação sexual) e com o exame de Papanicoalau, que detecta este tipo de câncer em seus estágios iniciais.
Sintomas de câncer no útero
Veja na imagem do infográfico abaixo, quais são os sinais e sintomas do câncer no colo do útero:
Câncer no colo do útero: pesquisa reveladora! |
Cura do câncer de colo no útero
A chance de cura ou controle da doença são diretamente proporcionais a precocidade do diagnóstico. A morbidade relacionada a doença e ao tratamento também aumenta com o avançar dos estágios.
Medicamento bevacizumabe
Diante desse cenário, a Anvisa aprovou recentemente a utilização de um medicamento biológico já utilizado em outros países, o bevacizumabe, como a primeira terapia-alvo oferecida para o tratamento do câncer de colo do útero e o único avanço nos últimos 10 anos para tratar a doença em seu estágio mais grave.
Trata-se do primeiro medicamento biológico que trouxe o benefício de sobrevida global sem redução da qualidade de vida das pacientes com esta doença. Até então, o tratamento neste contexto era quimioterapia isolada. A escolha da terapia ideal para cada paciente dependerá do estágio da doença e condições clínicas da paciente, comumente sendo necessárias combinações de cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
“É A PRIMEIRA VEZ QUE UMA TERAPIA-ALVO ESPECÍFICA MOSTROU BENEFÍCIO EM SOBREVIDA GLOBAL EM CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, ABRINDO NOVAS PERSPECTIVAS PARA PACIENTES, EM SUA MAIORIA JOVENS, ECONOMICAMENTE ATIVAS E COM POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS RESTRITAS”, FINALIZA DRA. ANGÉLICA.
CONHEÇA MAIS NÚMEROS DA PESQUISA:
- O câncer de colo do útero o terceiro câncer mais lembrado pela população brasileira, principalmente pelas mulheres;
- 58% dos brasileiros não sabem ou não conhecem nenhum tratamento para câncer de colo de útero avançado;
- Entre as mulheres, 51% não citaram colo do útero, ao serem indagadas sobre o tipo de câncer que conhecem, dessas, apenas 29% conhecem os sintomas do CCU;
- Em relação à saúde das brasileiras, 27% nunca realizaram ou não costumam realizar o exame Papanicolau, 78% o teste de HPV e colposcopia. Esse dado é mais evidente entre as mulheres mais jovens, de escolaridade fundamental e de classe D/E;
- Após estímulo com conceito, 33% das mulheres declaram que não conheciam ou não tinham ouvido falar sobre câncer de colo do útero avançado;
- Há maior fragilidade entre as mulheres que utilizam o serviço público de saúde, as menos privilegiadas economicamente e menos escolarizadas;
- 81% dos entrevistados acreditam que sem ter plano de saúde é mais demorado o diagnóstico da doença.
- 84% dos brasileiros acreditam que quando o câncer de colo do útero se espalha por outras partes do corpo, a pessoa tem pouco tempo vida.