Cidades, organizações e indivíduos podem apoiar a Visão Zero de várias maneiras

A segurança no trânsito é uma prioridade global, e o conceito de Visão Zero e Sistemas Seguros se destaca nessa busca com uma abordagem revolucionária que visa eliminar fatalidades e reduzir lesões nas ruas e estradas.

Com origem na Suécia, em 1997, Visão Zero parte do princípio de que nenhuma vida perdida no trânsito é aceitável. A abordagem do Sistema Seguro parte da premissa de que o erro humano é inevitável, mas as mortes e ferimentos graves no trânsito não são. Assim, todo o conceito se baseia em um sistema de segurança que enfatiza a responsabilidade compartilhada. Os princípios do Visão Zero e Sistema Seguro são:

– nenhuma morte no trânsito é aceitável;

– os seres humanos cometem erros e são vulneráveis a lesões no trânsito;

– todos compartilham a responsabilidade. Quem projeta, constrói, gerência, fiscaliza e usa as vias e os veículos, e, também, os agentes responsáveis pelo atendimento às vítimas no trânsito e;

– a gestão da segurança no trânsito é integrada e proativa.

Visão Zero e Sistemas Seguros no mundo

A pioneira na implementação dos conceitos, Estocolmo, na Suécia, viu uma redução significativa nas mortes no trânsito. Adotou medidas como a criação de zonas de baixa velocidade, melhorias na infraestrutura para pedestres e ciclistas, e campanhas educacionais.

Nova Iorque (EUA) lançou o seu próprio plano Visão Zero em 2014 e tem implementado uma série de medidas para melhorar a segurança viária, incluindo o redesign de ruas perigosas, aumento da fiscalização e a promoção de campanhas de conscientização.

Conhecida por sua rede de ciclovias, Amsterdã (Holanda) integrou a Visão Zero em suas políticas de transporte, focando na segurança dos ciclistas e pedestres, resultando em um trânsito mais seguro e eficiente.

E no Brasil?

A implementação dos conceitos Visão Zero e Sistemas Seguros no Brasil tem o potencial de transformar a mobilidade urbana, tornando as ruas mais seguras para todos. Com uma abordagem integrada que envolve infraestrutura, educação e fiscalização, é possível reduzir drasticamente o número de sinistros e salvar vidas. “A Visão Zero não só melhora a segurança no trânsito, como também contribui para a qualidade de vida, promovendo ambientes urbanos mais saudáveis e sustentáveis”, destaca Régis Nishimoto, diretor da Perkons.

Já temos alguns exemplos nesse sentido. A capital paulista tem implementado uma série de medidas inspiradas no Visão Zero, como a redução dos limites de velocidade, campanhas de educação no trânsito e melhorias na infraestrutura urbana para proteger os usuários mais vulneráveis, como pedestres e ciclistas. Conhecida por suas inovações no transporte público, Curitiba (PR) está aplicando os princípios de Visão Zero e Sistemas Seguros ao revisar a segurança das vias, especialmente em áreas com alta incidência de sinistros, e promovendo a educação no trânsito. Fortaleza (CE) adotou a Visão Zero com a implementação de melhorias na sinalização, campanhas de conscientização e fiscalização mais rigorosa, e tem visto uma redução contínua no número de mortes no trânsito desde o início da iniciativa.

Ainda, o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) foi criado em 2018 para orientar gestores de trânsito no alcance da meta estabelecida pela ONU de reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030. O PNATRANS busca por um sistema mais seguro, reconhecendo a segurança no trânsito como o resultado da interação entre muitos componentes, que influenciam diretamente na maneira como as pessoas se comportam nas vias. Ou seja, o Plano de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito do Brasil vai ao encontro das premissas do Visão Zero.

“O caminho para uma mobilidade mais segura no Brasil passa pela adoção dos conceitos do Visão Zero. Com esforços coordenados e o compromisso de todos os setores da sociedade, é possível criar um sistema de trânsito onde nenhuma morte seja tolerada. A Visão Zero representa um futuro em que a segurança viária é prioridade, e cada ação tomada hoje contribui para salvar vidas amanhã”, finaliza Nishimoto.

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