Brasil enfrenta um dos períodos mais críticos dos últimos anos com diversos incêndios em áreas urbanas, de proteção ambiental e também rurais, por isso é preciso que os produtores tenham cuidados especiais no manejo dessas áreas devastadas

Os biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga já enfrentam, no acumulado parcial de 2021, o maior número de focos de incêndio registrados, quando comparamos ao mesmo período do ano passado, segundo números do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A situação é mais crítica na Caatinga, onde o aumento já passa de 100%. Somente em agosto, no estado de São Paulo, por exemplo, foram contabilizados o maior número de focos de incêndio no mês, em 10 anos. Infelizmente essa é uma realidade enfrentada por diversos outros Estados pelo País.

No campo a situação é mais preocupante ainda e as propriedades rurais também têm sido castigadas com este cenário todo. Na cidade de Porto Murtinho-MS, mais de 100 mil hectares de vegetação pantaneira foram queimadas nas últimas semanas, incluindo diversas propriedades com cultivos e gado. A corporação dos bombeiros chegou a atuar em quatro frentes, cada uma em uma ou mais fazendas diferentes, tentando minimizar os estragos.

Além das perdas materiais diretas que podem comprometer uma lavoura inteira ou um rebanho, há ainda aquelas consequências indiretas do fogo, como conta, Marco Antônio Gobesso, Engenheiro Agrônomo e Head de Marketing da Piccin Tecnologia Agrícola. Segundo ele, independente da cobertura vegetal existente na área atingida por um incêndio, seja ela natural ou uma lavoura já implantada, os danos são muito significativos quando se analisa os impactos de forma mais detalhada.

“São várias mudanças que ocorrem nas características físicas e químicas no solo durante um incêndio. Elas vão desde as alterações da sua estrutura (diminui a umidade e pode provocar compactação), nas características químicas (pode elevar acidez) e na redução da disponibilidade de nutrientes (minerais e principalmente orgânicos com redução da camada de biomassa que cobre o solo)”, explica o profissional.

Estima-se que em solos de região agrícola pode se levar até 10 anos para uma plena recuperação da área. É importante destacar que existe outro possível prejuízo financeiro ao bolso dos produtores, que muitas vezes manejam por safras essas terras, preparando-as e repondo nutrientes, além de outras operações para terem as melhores produções.

O que fazer?

Após um incêndio na lavoura, o primeiro passo recomendado é realizar análises para avaliar se a área atingida sofreu alterações em suas características físicas e químicas.  “São praticamente as mesmas já realizadas tradicionalmente para o preparo da lavoura, e que consideramos importantes para qualquer renovação ou implantação de novas culturas (análise de solo, mapa de compactação, entre outros), mas que são fundamentais neste momento”, complementa Gobesso.

Com o resultado das análises em mãos, os profissionais da área podem fazer as recomendações mais adequadas a cada produtor, já que elas serão pautadas conforme cada área atingida pelas chamas. “As orientações podem ser de descompactação,  correção de acidez com ou sem incorporação,  indicação de adubação verde com foco na recuperação de biomassa (matéria orgânica) e ainda de aplicação de nutrientes nas quantidades corretas”, aponta o Engenheiro Agrônomo.

Equipamentos necessários

Com as recomendações é hora de manejar as áreas. Os equipamentos que serão utilizados são os mesmos das operações de preparo e cultivo independentemente de ser uma área incendiada ou não. “Estamos falando de grades aradoras, grades niveladoras, descompactadores e distribuidores (químicos e orgânicos), ressaltando a importância de sempre operar nas condições recomendadas após análises. O incêndio na área por si só não é indicação de preparo diferenciado em profundidade, por exemplo”, pontua Gobesso.

Por opção do produtor e seguindo sempre as instruções dos especialistas, podem haver operações diferenciadas como, por exemplo, a aplicação de adubo orgânico através de distribuidoras de insumos. “Isso é realizado para que haja a recuperação da matéria orgânica perdida de forma mais rápida e também a adubação verde (já citada anteriormente) como outra alternativa de recuperação das características do solo para as próximas safras”, destaca o profissional.

Ainda assim, ele lembra que o mais importante é tentar evitar as queimadas, com conscientização, para que não haja tantos prejuízos para o bolso do produtor rural e principalmente para o meio ambiente e a população.

Piccin Tecnologia Agrícola – Fundada em 1963 na cidade de São Carlos, no interior Paulista, a Piccin Implementos Agrícolas tem a experiência de 58 anos no mercado de implementos para preparo de solo. Mais informações sobre os produtos em www.piccin.com.br.

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