A alta dos preços dos alimentos e bebidas foi o que mais impactou para o novo crescimento no custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo em julho, que subiu 0,38% na comparação com junho, quando houve alta de 0,34%. No acumulado dos sete meses deste ano a elevação do custo de vida foi de 4,80% e de 9,24% nos últimos 12 meses. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Os grupos Alimentos e Bebidas (1,31%) e Transportes (0,82%) foram os principais motivadores da elevação no custo de vida. Somente o primeiro segmento, que possui peso de 22% no orçamento familiar, foi responsável por 76% do total da alta no mês. Apenas dois dos nove grupos analisados apresentaram queda nos preços em julho: Habitação (-0,63%) e Vestuário (-1,21%). O peso destes dois segmentos no orçamento familiar, somados, é de aproximadamente 23% e o declínio observado ainda não foi suficiente para rebaixar o indicador de maneira mais contundente.

As classes E e D foram as que mais sentiram os aumentos nos preços em julho, com altas de 0,69% e 0,70% em seus custos de vida, respectivamente. Essas faixas são justamente as que mais comprometem seu orçamento com alimentação, chegando a representar 27,61% para a classe E e 29,76% para a classe D. Já as classes A e B foram menos impactadas pela alta dos preços e encerraram junho com variação positiva de 0,22% e 0,28%, respectivamente. Para essas duas últimas faixas de rendimento, o peso do segmento de alimentação é de 15,65% e 18,13%, respectivamente.

Pelo 23º mês consecutivo, o Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou crescimento de 0,41% em julho – já são quase dois anos de altas. Apesar do aumento, o valor é 0,21 ponto porcentual menor do que a elevação registrada em junho (0,62%) e no acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresentou aumento de 10,74%.

O segmento de Alimentos e Bebidas foi o que mais cresceu em julho, com alta de 1,85%. Avaliando as dez maiores pressões no IPV, oito são de produtos alimentícios: feijão-carioca (43,98%), leite longa vida (16,13%), bolo (7,93%), ovo de galinha (7,43%), banana-d’água (6,81%), sardinha (5,51%), tangerina (5,46%) e milho verde em conserva (5,25%). Segundo a FecomercioSP, alguns produtos têm enfrentado dificuldade de manutenção de preços, tais como o feijão-carioca, pois seguem com valores elevados em virtude do menor volume colhido por conta do clima adverso. O mesmo tem sido notado com algumas frutas e lácteos e seus derivados.

O segundo maior impacto foi registrado no grupo de Habitação, que apresentou alta de 0,64% em julho, tendo como destaque o item revestimento de piso e parede com variação mensal de 4,03%. O grupo acumula variação positiva de 2,86% nos sete primeiros meses de 2016 e de 8,43% nos últimos 12 meses.

Os grupos Artigos de residência (0,22%), Despesas pessoais (0,78%) e Educação (0,45%) ajudaram a elevar o custo de vida em julho. Por outro lado, Vestuário (-1,21%), Transportes (-0,08%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,03%) diminuíram os preços, permitindo a desaceleração no IPV de julho.

As mais atingidas pela alta dos preços em julho foram as classes E e D, com altas de 0,80% e 0,77%, respectivamente. Por outro lado, as classes A (0,15%) e B (0,22%) foram as menos afetadas.
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou leve aumento de 0,35% em julho, ante a alta de 0,04% em junho. O acréscimo foi motivado pelas altas nos segmentos de Transportes (2,41%), Saúde e cuidados pessoais (0,96%), Alimentações e bebidas, e Despesas pessoais, ambos com aumento de 0,51%. No sentido oposto, os grupos de Habitação (-1,02%) e Artigos de residência (-0,44%) apresentaram diminuição nos preços em julho.

As famílias das classes E e D foram as que mais sentiram as altas dos preços de serviços em julho (variações de 0,51% e 0,58%, respectivamente). Por outro lado, as classes C e B foram as que menos sofreram com o avanço dos preços de serviços, com altas, respectivamente, de 0,36% e 0,23% no mês.

Segundo a FecomercioSP, na primeira metade de 2016, os preços no varejo paulistano se mantiveram com tendência de alta, ligeiramente mais elevada nos produtos do que nos serviços. Para a Entidade é importante reforçar, que os preços dos itens básicos – especialmente produtos alimentícios – seguem em tendência de alta refletindo os impactos dos aumentos nos custos, já que não há aumento na demanda em tempos de restrição orçamentária.

Tudo indica que na segunda metade do ano os preços das refeições tendem a se manter pressionados pelos efeitos da sazonalidade específica de alguns alimentos – que possuem ponderação relevante no orçamento das famílias, segundo a Federação. Leites, proteínas animais, algumas frutas e panificados deverão oscilar para cima nos próximos meses até que as condições de oferta e as pressões de custo minimizem o impacto.
É importante avaliar, de acordo com a FecomercioSP, a origem dos aumentos repetidos nos segmentos de Saúde e Educação, que apontam alta real de preços – acima da média da inflação. Tudo indica que, com a restrição orçamentária imposta pela inflação e pelo desemprego, haja uma alteração no padrão de consumo das famílias no atual momento. A busca por serviços particulares – na ausência de seguro saúde – aumenta, elevando seu preço, por exemplo.

Fonte: Agência IN

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