Secretário Marcio Honaiser em reunião com empresários Europeus (Crédito foto: Ascom - Sagrima)

As potencialidades e ações desenvolvidas no âmbito do agronegócio no Maranhão, em especial, na produção de soja, foram debatidas durante reunião entre o Governo do Estado e empresários europeus. No encontro, os secretários de Indústria e Comércio, Simplício Araújo; e de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser, dialogaram com compradores de soja certificada. Esta é a primeira vez que compradores da chamada soja responsável, visitam o Brasil.

Durante a visita ao Maranhão, eles conheceram fazendas certificadas pela Round Table Responsible Soy Association (RTRS) que em português significa Associação Internacional de Soja Responsável. Para obter essa certificação, os produtores devem seguir normas de cultivo que incluem boas práticas agrícolas e respeito às leis ambientais e trabalhistas de cada país produtor.

No Maranhão, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) é responsável por conscientizar os produtores que fazem parte do MATOPIBA (acrônimo criado com as iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) sobre a certificação da soja. A Fapcen está sediada em Balsas, região com maior produção de soja do estado, e o trabalho junto aos produtores do MATOPIBA é de extrema importância, uma vez que na safra 2015/2016 a região cultivou mais de 3,7 milhões de hectares, segundo a Embrapa.

O empresário europeu Jaco Scheurwater, da Groan, disse ter ficado positivamente surpreso com a produção do Maranhão. “Quando chegamos aqui, tínhamos uma impressão europeia do Brasil, de que o Mato Grosso era o estado produtor de soja e era basicamente isso. Então, durante a última semana em que visitamos propriedades no Maranhão e no Piauí vimos que algo muito bom vem sendo feito aqui. Grandes projetos estão em andamento. As áreas estão sendo exploradas há relativamente pouco tempo e vimos um potencial gigantesco”, declarou.

O empresário ressaltou os trabalhos realizados com os pequenos produtores e as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado voltadas para os que mais precisam.“Soubemos do trabalho do governo em incentivar pequenos agricultores a superar a pobreza, investimentos em infraestrutura, contribuindo com o meio ambiente e dando chance aos pequenos negócios. Gostamos muito do que vimos e certamente vamos retornar com uma nova visão do Brasil”, assegurou.

O uso de altas tecnologias na produção, beneficiamento e armazenagem das sementes, juntamente com o nível de profissionalização das equipes envolvidas, formam um conjunto de boas práticas de produção. Neste sentido, o Maranhão se destaca não só pela produção de soja que atende o mercado nacional e internacional, mas também, por ter um porto estrategicamente bem localizado e espaço para armazenamento do produto.

“A vinda dos traders holandeses ao Maranhão, reforça que estamos no caminho certo. As ações desenvolvidas na cadeia do agronegócio e essa forma de produção, que respeita os aspectos legais e se preocupa com as condições de trabalho, certamente serão divulgadas de forma positiva”, afirmou o secretário estadual de Indústria e Comércio, Simplício Araújo.

O interesse europeu demonstra que o Maranhão vem se destacando, com o pioneirismo na certificação e na produção sustentável de soja. “A procura de um mercado exigente como esse tem um importante significado, demonstrando que a divulgação em nível mundial do cuidado com aspectos legais, trabalhistas e ambientais para que o estado tenha uma produção responsável está tendo resultados. Acreditamos que a impressão que eles levarão daqui é muito positiva”, disse o secretário da Sagrima, Márcio Honaiser.

Sobre a certificação da soja
A RTRS, entidade com sede na Argentina, promove a produção de soja sustentável no mundo por meio do compromisso dos 25 países associados em seguir um padrão global de produção responsável. Ao todo, os 140 membros da RTRS, que respondem atualmente por cerca de 40% da produção mundial de soja, ou 100 milhões de toneladas, discutem a certificação da produção como maneira de garantir que o cultivo de soja crescerá nas próximas décadas sem prejudicar o meio ambiente.

De acordo com a Fapcen, de toda a soja certificada produzida no mundo, o Brasil é responsável hoje por aproximadamente 62%. A certificação RTRS pode ser obtida por produtores e organizações produtoras do grão de todos os tipos e tamanhos desde que sejam obedecidos os critérios estabelecidos pela RTRS. No caso de pequenos produtores há mecanismos que possibilitam a certificação em grupo.

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