Mayra Pinheiro tem direito a ficar em silêncio sobre colapso em Manaus; cúpula da CPI critica ida Pazuello a ato no Rio e pode reconvocá-lo
Hoje, a CPI da Covid vai ouvir o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Ela é conhecida como “capitã cloroquina” por defender o chamado “tratamento precoce” contra o coronavírus, um conjunto de medidas sem comprovação científica que inclui o uso de cloroquina e a ivermectina.
Mayra começou a ganhar projeção ainda no governo Dilma Rousseff por criticar, como presidente do sindicato dos médicos do Ceará, o programa Mais Médicos. Após a eleição de Bolsonaro, ela foi nomeada para o cargo no Ministério da Saúde por indicação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
Assim como fez Pazuello, Mayra buscou o Supremo Tribunal Federal para obter um habeas corpus preventivo e poder ficar em silêncio durante seu depoimento. Em uma primeira decisão, o ministro Ricardo Lewandowski negou o pedido. Depois, no entanto, o ministro autorizou que a secretária deixe de responder a perguntas relacionadas a fatos ocorridos entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, quando houve o colapso no Amazonas.
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que mudará o procedimento diante de depoentes que mentirem à comissão. Aziz destacou que Pazuello tinha habeas corpus concedido pelo Supremo para não se incriminar, mas não para mentir. “A partir de agora, as pessoas que tomarem a decisão de mentir poderão ser presas pela CPI. Não vou ser desmoralizado”, afirmou Aziz em entrevista à Rádio Eldorado, ontem. Além de Pazuello, a cúpula da CPI quer reconvocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.