Entre 2013 e 2014, a taxa de saída das empresas (relação entre o número de empresas que fecharam e o total) cresceu 6,1 pontos percentuais, passando de 14,6% para 20,7%, a maior taxa da série, iniciada em 2008, e correspondendo a um total de 944,0 mil empresas que saíram do mercado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, a taxa de entrada (relação entre o número de entradas e o total) caiu de 18,3% em 2013 para 15,9% em 2014, a menor desde 2008. Entraram em atividade, em 2014, 726,3 mil empresas. Já a taxa de sobrevivência (relação entre o número de empresas sobreviventes e o total) ficou em 84,1%, também a maior taxa da série, representando, contudo, um total de empresas sobreviventes (3,8 milhões) inferior ao verificado em 2013.

Pela primeira vez, o saldo no total de empresas ficou negativo, registrando um decréscimo de 4,6% no número de empresas (217,7 mil empresas a menos) entre 2013 e 2014. Apesar dessa queda, o total de ocupações assalariadas cresceu 0,5% (170,4 mil) no período. As empresas que entraram foram responsáveis por 847,1 mil novas ocupações, sendo que 29,9% (252,9 mil) foram criadas no comércio, atividade que registrou também o maior número de perdas de assalariados (134,7 mil).

Em 2014, 39,6% das 694,5 mil empresas que nasceram em 2009 ainda estavam ativas no mercado, ou seja, cinco anos após o nascimento, mais de 60% das empresas não sobrevivem. Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais (55,3%), atividades imobiliárias (51,5%) e atividades profissionais, científicas e técnicas (47,3%).

Do total de empresas ativas em 2014 (4,6 milhões), 0,7% (31,2 mil) eram de alto crescimento, pois apresentaram aumento médio do pessoal ocupado assalariado maior que 20% ao ano, por um período de três anos, tendo pelo menos 10 pessoas assalariadas no ano inicial de observação. Em relação às empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas (488,8 mil), elas representam 6,4%. Essas empresas ocuparam 15,4% (4,5 milhões) do pessoal assalariado em empresas com 10 ou mais ocupados, sendo que as atividades administrativas e serviços complementares (28,3%) apresentaram maior proporção de assalariados em empresas de alto crescimento.

Esses são alguns dos resultados do estudo Demografia das Empresas 2014, que, com base nas informações do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, permite analisar a dinâmica empresarial através de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado, pessoal ocupado assalariado, estatísticas das empresas de alto crescimento e gazelas (empresas de alto crescimento com até oito anos de idade no ano de referência) além de indicadores relativos às unidades locais das empresas e atividades.

Taxa de entrada das empresas cai 2,4 pontos percentuais em 2014

Em 2014, 726,3 mil empresas entraram no mercado, em um universo de 4,6 milhões de empresas ativas, o que representa uma taxa de entrada de 15,9%, a menor da série. Em relação a 2013 (18,3%), essa taxa caiu 2,4 pontos percentuais (p.p.). Por outro lado, a taxa de saída subiu de 14,6% (695,7 mil) para 20,7% (944,0 mil), alcançando o maior valor da série e indicando um aumento de 6,1 p.p.

Por atividade, todas as seções apresentaram crescimento nas taxas de saída de empresas do mercado. Os maiores crescimentos foram verificados nas seções outras atividades de serviços (10,5 p.p.), artes, cultura, esporte e recreação (8,7 p.p.) e construção (7,9 p.p.).

Em relação à taxa de entrada, apenas a atividade de eletricidade e gás apresentou crescimento (2,3 p.p.). Todas as demais tiveram queda na taxa de entrada, sendo as maiores reduções verificadas em indústrias extrativas (-4,9 p.p.), construção (-4,0 p.p.), artes, cultura, esporte e recreação e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (ambas com -3,5 p.p.).

Eletricidade e gás foi a atividade que apresentou maior taxa de entrada em 2014: 24,0%. Já a maior taxa de saída foi apresentada por outras atividades de serviços, com o equivalente a 27,8% das empresas do setor deixando o mercado. A atividade com maior proporção de empresas permanecendo ativas foi indústrias de transformação, com taxa de sobrevivência de 87,5%.

Apesar da queda no número de empresas, pessoal assalariado cresce 0,5%

Entre 2013 e 2014, o total de ocupações assalariadas cresceu 0,5% (170,4 mil), apesar da queda no número de empresas. As empresas que entraram em atividade em 2014 trouxeram 847,1 mil pessoas assalariadas (2,4% do total) ao mercado e as empresas que saíram do mercado levaram 525,7 mil assalariados (1,5% do total). As empresas sobreviventes ocuparam 97,6% (34,4 milhões) do pessoal assalariado.

Comércio é responsável por quase 30% das vagas geradas por novas empresas

Do total de 847,1 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2014, 252,9 mil (29,9%) foram provenientes do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 146,5 mil (17,3%), da construção; e 104,1 mil (12,3%), do alojamento e alimentação.

Já em relação ao total de 525,7 mil assalariados das empresas que saíram do mercado, 134,7 mil (25,6%) estavam no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 118,8 mil (22,6%), nas indústrias de transformação; e 85,4 mil (16,3%), nas atividades administrativas e serviços complementares.

O comércio foi a atividade que apresentou tanto os maiores ganhos como as maiores perdas em pessoal ocupado assalariado provenientes dos movimentos de entrada e saída de empresas em 2014. A atividade revelou, contudo, ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com um saldo positivo de 118,2 mil pessoas. O comércio representa 44,9% (2,0 milhões) do total de empresas e também se destacou em relação ao número absoluto de empresas que entraram (289,3 mil), saíram (437,7 mil) e sobreviveram (1,8 milhões), representando, respectivamente, 39,8%, 46,4% e 45,8% do total das empresas para cada movimento.

Menos de 40% das empresas sobrevivem após cinco anos de atividade

Do total de 694,5 mil empresas que nasceram em 2009, 536,6 mil (77,3%) sobreviveram em 2010; 452,5 mil (65,2%), em 2011; 387,4 mil, em 2012 (55,8%); 339,1 mil (48,8%), em 2013 e 275,0 mil (39,6%) sobreviveram até 2014. Ou seja, após cinco anos da entrada no mercado, menos de 40% das empresas sobreviveram.

Observou-se também uma relação direta com o porte: empresas com mais pessoas ocupadas tendem a permanecer mais tempo no mercado, enquanto nas faixas de menor porte as taxas de sobrevivência são menores. Após cinco anos da entrada no mercado, a sobrevivência foi de 32,9% nas empresas sem pessoal ocupado assalariado; 61,8% na faixa de 1 a 9 pessoas e, na faixa de 10 ou mais pessoas ocupadas, foi de 70,0%.

Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais (55,3%), atividades imobiliárias (51,5%) e atividades profissionais, científicas e técnicas (47,3%). As menores taxas foram outras atividades de serviços (30,3%), alojamento e alimentação (35,9%) e indústrias extrativas (37,0%).

Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas de sobrevivência

As 4,6 milhões de empresas ativas, em 2014, tinham 5,0 milhões de unidades locais ativas, das quais 51,1% estavam localizadas na região Sudeste; 22,2%, na região Sul; 15,0%, no Nordeste; 8,1%, no Centro-Oeste; e 3,6%, na região Norte.

Do total de unidades locais, 4,2 milhões eram sobreviventes em relação a 2013 (83,9%), 798,7 mil (16,1%) foram entradas e as saídas totalizaram 1 milhão (20,4%) de unidades.

As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de sobrevivência, 85,2% e 84,2%, respectivamente, acima da média nacional (83,9%). Em contrapartida, as maiores taxas de entrada e saída foram observadas no Norte (19,3% e 28,1%), Nordeste (17,3% e 24,9%) e Centro-Oeste (17,6% e 20,9%), assim como as menores taxas de sobrevivência (80,7%, 82,7% e 82,4%, respectivamente).

As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores percentuais de pessoal assalariado pela criação de novas empresas, representando 47,9% e 23,1%, respectivamente, do pessoal ocupado assalariado vinculado às entradas no mercado em 2014.

Dentre as unidades da federação, os destaques foram São Paulo (26,0%), Minas Gerais (11,4%) e Rio de Janeiro (8,7%). As menores participações em pessoal assalariado vinculados às entradas foram observadas em Roraima (0,2%), Acre (0,3%) e Amapá (0,4%).

28,3% dos assalariados nas atividades administrativas estão em empresas de alto crescimento

Em 2014, havia 31,2 mil empresas de alto crescimento, o equivalente a 0,7% do total de empresas ativas e 6,4% das empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas.

As maiores proporções de empresas de alto crescimento, por atividade, estavam em atividades administrativas e serviços complementares (10,5%), construção (9,6%) e em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (9,2%). Já as seções administração pública, defesa e seguridade social (2,3%), alojamento e alimentação (3,7%), artes, cultura, esporte e recreação (4,5%) registraram as menores proporções.

As empresas de alto crescimento ocuparam 4,5 milhões de assalariados e pagaram R$ 103,3 bilhões em salários e outras remunerações, o que representa 15,4% do pessoal assalariado e 12,4% dos salários e outras remunerações nas empresas com 10 ou mais pessoas.

A seção de atividades administrativas e serviços complementares (28,3%) apresentou maior proporção de assalariados em empresas de alto crescimento, seguida por construção (23,8%) e informação e comunicação (18,3%). Por outro lado, eletricidade e gás (3,0%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (6,9%) e educação (10,4%) registraram as menores participações.

Fonte: Agência IN

DEIXE UMA RESPOSTA