Em alta, saúde de Balsas, comemorou a Semana Antimanicomial, organizada pelo CAPS III, através da Secretaria de Saúde, com palestras diárias para pacientes e familiares, profissionais da instituição, além de passeios em visitas à AgroBalsas 2023 – uma forma de integração social.
Todas as atividades lembram a Luta Antimanicomial, que se caracteriza na luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à idéia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. O Movimento da Luta Antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Para concluir com chave de ouro, o Simpósio, cujo tema “Conhecer para Cuidar”, foi realizado na sexta-feira, dia 19/05, no auditório do Colégio Educar Advanced e recebeu quase 200 pessoas, inscritas antecipadamente, entre profissionais de saúde da atenção básica e primária, UPA, HBU, Hospital Regional, Corpo de Bombeiros, estudantes do IEMA, UEMA, Uniplan e Unibalsas, CREAS e CRAS e Defensoria Pública.
O subsecretário de Saúde do município, Fabrício Galvão explica como “a saúde mental não evoluiu como as outras especialidades médicas e neste Simpósio a gente precisa mostrar como esse trabalho é feito, porque há uma discriminação muito grande em relação à saúde mental. Nós precisamos mostrar à sociedade que a saúde mental é uma especialidade como qualquer outra médica”.
A Psiquiatra Talita Ribeiro Dantas ressalta a importância do Simpósio, “porque ele vai unir todos os serviços como serviços de saúde, serviços de assistência social e outros dispositivos que podem contribuir para assistência desses pacientes. É uma oportunidade para a gente apresentar para esses colegas o que é a Rede de Atenção Psicossocial, como ela funciona, quais são as atribuições de cada ponto da rede e como essa rede pode trabalhar em conjunto e funcionar realmente como rede no prol de atenção assistência longitudinal, integral e mais efetiva dos pacientes”.
Elane Maria C. Moreira, Defensora Pública, em Balsas, afirmou que “diariamente ali lidamos com pessoas em extrema vulnerabilidade, com problemas mentais. Então essa questão da relação de interdisciplinaridade com os profissionais de saúde é importantíssima para nos guiar para sabermos do relacionamento de forma humanitária que nós já sabemos que já sofrem o estigma muito grande com doenças para que a gente possa atuar da melhor forma possível para esses assistidos da Saúde Mental, com o objetivo de orientar de forma jurídica ou não pessoas que não têm condições de contratar um advogado. Então, a gente pode ou não encaminhar de forma administrativa ou judicializar demandas”.
Pensar cada vez mais, privilegiar a saúde mental como pensamos na saúde física, é o que assinala a Psiquiatra Andréa Sanches “até porque, assim para uma boa saúde física é preciso e é imprescindível que a saúde mental também esteja bem”.