Nesta quinta-feira, 01/11, durante todo o dia, o Cemitério das Açucenas, no centro de Balsas, permaneceu lotado de pessoas para complementar a limpeza dos túmulos, enquanto, na entrada, vendedores tentam faturar nesses dois dias, vendendo flores, coroas e enfeites para facilitar às pessoas que não tiveram tempo de ir ao comércio.
No portão de entrada do cemitério, dona Socorro disse que desde as 05 da manhã já estava com sua barraca de flores pronta para atender seus clientes. Sem revelar quanto fatura, ela afirmou que não tem loja, porém todos os anos crava seu lugar ali, na calçada do cemitério, para faturar um pouquinho mais, para o sustento de sua família de 05 filhos.
Valdivina, funcionária da loja Magazine Capixaba, também resolveu descolar um dinheiro extra e com as flores da própria loja mantem sua banca na calçada do cemitério. Como dona Socorro, Valdivina disse que espera fatura pelo menos 05 mil reais nesses dois dias.
Neste final de tarde, Amélia Amaral antecede o Dia de Finados para dar uma olhada nos túmulos. Compra velas e diz que neste dia 02 sempre vai à missa das 06 horas da manhã, visita os túmulos e “faço minhas orações, em seguida vou para o sertão, onde está o túmulo de meu pai, onde temos esta obrigação todos os anos, apesar de que devemos fazer orações para nossos entes é todos os dias, mas a gente fica mais centrada neste dia”. Para ela, “recordar é viver, então o Dia de Finados ficou para a gente lembrar das pessoas que conviveram com a gente, fizeram parte da nossa vida, da nossa história.”. Completa Amélia.
Mesmo já não tendo espaço entre as covas e túmulos para a população viva circular com tranquilidade, devido ao aperto, com pouquíssimo espaço entre eles, o cemitério mostrou-se limpo. Muita gente disse que eles mesmos que tiveram que terminar a limpeza iniciada pela Administração Pública, enquanto outros, como dona Raimunda Costa Macedo, que foi olhar como estava o túmulo onde se encontra o corpo do seu marido Celso Macedo, aproveitou para levar materiais de limpeza e acabou se decepcionando com o vandalismo causado na pequena capela onde são acesas as velas.
A noite chegando e muita gente em fila, buscando água para lavar as lápides das sepulturas, tendo que se envergar bastante para alcançar a água da caixa feita na altura do chão.