Um banquete de solidariedade é a melhor definição para uma comunidade unida, em prol dos refugiados.
Um almoço para saciar a fome daqueles que se refugiam da miséria de um país em decadência econômica, da falta de democracia e da corrupção exacerbada, aconteceu neste último sábado, 30/04, na Rua João Pessoa, centro de Balsas/MA, por iniciativa dos vizinhos.
Os mais de 25 refudiados venezuelanos, entre adultos e crianças, que passam o dia nos sinais de trânsito e cruzamentos da cidade em busca de alguns “trocados” para então comprarem almoço no restaurante popular e demais objetos necessários à higene pessoal, receberam com grande satisfação a visita de várias senhoras vizinhas, donas de casa, em sua porta, à sobra das amendoeiras, onde encontraram uma casa sem água da rua e sem energia para se acolherem na receptiva cidade sul maranhense. Muitas panelas de chambari, frango, molho madeira, arroz, macarrão e saladas foram postas na mesa para a grande ceia, abençoada pelo bispo da Diocese de Balsas, Dom Valentim.
O prelado, que também é imigrante (Portugal), diz este acolhimento é fundamental. É o entendimento do evengelho. Para ele, é incrível como uma comunidade pode mudar o rumo da situação.
Hoje existem mais de 5,4 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela ao redor do mundo.
O Brasil registrou uma queda de 88,3% no número de refugiados em 2021, quando comparado com o ano anterior, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
Em 2020, foram registrados 26.653 e em 2021, 3.093 refugiados. Desde que foi lançada, em abril de 2018, a interiorização já transferiu cerca de 60 mil pessoas para mais de 730 municípios brasileiros nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal.
Em junho de 2018, o então bispo da Diocese de Balsas/MA, dom Enemésio Ângelo Lazzaris, durante a 33ª Semana Nacional do Migrante, coordenada pela Família Scalabriniana e a Pastoral do Migrante, convocou a imprensa local para anunciar a campanha mundial, dedicada à sensibilização e à informação sobre imigração e refúgio, cujo tema era ”A VIDA É FEITA DE ENCONTROS: Braços abertos sem medo para acolher”. Na época, dom Enemésio disse: “E os balsenses devem estar preparados para acolher e integrar os migrantes que chegarem por aqui”.
Como Balsas foi, desde os primórdios, uma cidade formada por pessoas de distintas regiões, portanto, miscigenada e formada por imigrantes (bahianos, paraibanos, piauienses – anos 20, 30, 40; sulistas – anos 1975 a meados de 1980 e colombianos e venezuelanos – nos dias de hoje).
Para Dom Valentim, onde tem guerra o povo sai em busca de paz, buscando vida.