O sono do recém-nascido é motivo de muita insegurança e apreensão para os pais. Afinal, nessa fase da vida, o bebê ainda está se adaptando à nova rotina fora da barriga da mãe. A sonequinha pode chegar a qualquer hora e, da mesma forma, ele pode despertar a qualquer momento, deixando os pais apreensivos e, muitas vezes, com noites em claro até que o bebê estabeleça um ritmo mais previsível.
Diante desse cenário, algumas orientações podem ser essenciais para tornar o dia a dia mais leve e seguro. A professora da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), Jhennyfer Barbosa, explica que uma rotina de sono recomendada para o bebê não irá, necessariamente, coincidir com o horário de dormida dos pais. Na verdade, ela deve iniciar um pouco mais cedo do que isso, mas é importante que aconteça sempre no mesmo horário, mais precisamente entre 18h e 19h. “Os pais podem iniciar o ritual noturno com banho morno e alimentação. No caso de bebês em amamentação exclusiva, esse cuidado é ainda mais importante, pois eles dependem totalmente das mamadas para suprir suas necessidades nutricionais e manter o estômago confortável antes de dormir, o que contribui para períodos mais longos de descanso”, explica a especialista.
Jhennyfer ressalta ainda a importância das luzes do ambiente. “Um ambiente escuro também ajuda o corpo da criança a entender que é hora de dormir e favorece seu desenvolvimento neuropsicológico, já que hormônios como a melatonina dependem de baixa luminosidade para serem produzidos”, explica Jhennyfer. Ela acrescenta que o ideal é reduzir ao máximo os estímulos externos, como luz e barulho, adotando iluminação suave e, se possível, ruído branco, como o som de um ventilador, por exemplo. “Esses sons remetem ao ambiente do útero e proporcionam uma sensação de conforto e segurança, ajudando a acalmar o bebê e mascarando ruídos externos que poderiam despertá-lo”, adiciona.
Mitos
É comum que os pais acreditem que algumas ações diárias sejam indispensáveis, como embalar, ninar no braço, balançar na rede ou permitir que o bebê durma mamando. No entanto, esses hábitos podem criar uma dependência, fazendo com que a criança associe esses estímulos ao sono e, posteriormente, tenha dificuldade para adormecer ou voltar a dormir sozinha.
Outro ponto importante é sobre os cochilos. Muitos acreditam que as sonecas durante o dia prejudicam o sono noturno, mas o efeito é justamente o contrário. Os cochilos evitam a hiperestimulação, isto é, o excesso de estímulos que deixa o bebê cansado demais, irritado e com mais dificuldade para relaxar e, se bem distribuídos ao longo do dia, podem até mesmo melhorar a qualidade do sono à noite. Bebês de zero a três meses costumam fazer de cinco a seis cochilos diários, número que vai diminuindo conforme crescem.














