Unidos, alunos mostram a importância de abrir os muros da escola para a comunidade e se juntam para dar fim à violência local
Em 2016, a cidade de São Luís/MA ganhou destaque nos noticiários em virtude da onda de violência que assolou o sistema penitenciário local. O estado, inclusive, figura entre os cinco mais violentos da região Nordeste, com uma taxa de homicídios superior a 220 casos no primeiro bimestre de 2019. Os altos índices de violência da cidade, especialmente nas periferias, impactavam a comunidade escolar do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). Após um aluno ter sofrido uma grave ameaça em frente à escola, estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Médio se mobilizaram para mostrar a importância do instituto para o bairro. Nascia o projeto “Escola pra quê?”, um dos finalistas na 5ª Edição do Desafio Criativos da Escola, de 2019.
Para evitar que situações de violência se repetissem no entorno escolar e para que todos nutrissem um sentimento de pertencimento sobre a escola, os alunos se organizaram para realizar um trabalho de escuta interna e, também, com lideranças comunitárias e comerciantes. Durante esse processo, perceberam que promover o diálogo seria fundamental para que os moradores valorizassem a importância da escola como espaço de transformação. Então, para sensibilizar os atuais estudantes e os futuros, os jovens criaram um intercâmbio juvenil batizado de “Amei conhecer minha futura escola”, que propôs a realização de atividades extracurriculares abertas à comunidade como cursos de robótica, de informática, de reforço escolar, de inglês e também com doação de alimentos para as famílias em situação de vulnerabilidade social.
Como resultado, a comunidade passou a estar mais presente na instituição. Um dos exemplos é o crescimento de estudantes do IEMA que moram na região, passando de 25% em 2018 pra 75% em 2019. Além disso, não houve mais registros de casos de violência em áreas próximas ao Instituto. Atualmente, as oficinas seguem ativas, sempre aos finais de semana, e dois estudantes receberam uma bolsa se estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) para a realização de um projeto de pesquisa científica.