Espanha aprova lei pioneira na Europa que permite licença menstrual

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    As funcionárias de fábrica na Indonésia têm direito de tirar licença menstrual, conforme previsto na Lei Trabalhista 13/2003

    A Espanha se tornou o primeiro país ocidental a oferecer licença médica para mulheres que sofrem com fortes cólicas menstruais. No Brasil, em 2019, foi apresentado o Projeto de Lei 1143/19, no entanto, em 2021, a proposta foi rejeitada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

    A lei, que foi aprovada por 185 votos a favor e 154 contra, tem como objetivo quebrar o tabu em relação ao tema.

    “É um dia histórico para o avanço feminista”, tuitou a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, que diz que a medida é um movimento para resolver um problema de saúde que foi amplamente varrido para debaixo do tapete.

    A legislação permite que funcionárias que sofrem com cólica menstrual tirem o tempo que for necessário — mas, assim como nas licenças médicas remuneradas por outros motivos de saúde, é exigido um atestado médico. A duração da licença não está especificada na lei.

    Licença-menstruação ou licença menstrual é uma licença onde a mulher goza de um certo período para se ausentar do seu trabalho durante o ciclo menstrual. A licença menstruação é um conceito que surgiu no Japão no começo do século XX.

    Com a aprovação da licença menstrual, a Espanha une-se a países como Japão, Indonésia e Zâmbia, mas sem precedentes na Europa. Na Itália, um projeto de lei nesse sentido foi apresentado em 2016, mas nunca foi aprovado.

    Os defensores da medida dizem que é tão importante para as mulheres quanto a licença maternidade, como um reconhecimento de um processo biológico básico. Mas os críticos afirmam que reforça estereótipos negativos e pode até desencorajar alguns empregadores de contratar mulheres.

    No Brasil: Lei da Dignidade menstrual

    No Brasil, em 2019, foi apresentado o Projeto de Lei 1143/19, no qual a mulher teria o direito de afastamento de 3 dias com possível exigência da reposição das horas não trabalhadas.

    No entanto, em 2021, a proposta foi rejeitada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

    Também no Brasil, a Lei Nº 8.888/2021, de autoria da deputada Goretti Reis (PSD), instituiu 28 de maio como o Dia da Dignidade Menstrual. O objetivo é garantir que todas possam ter acesso a absorventes e outros produtos necessários para a higiene. Existem mulheres que não têm como arcar com a despesa desta compra.

    ‘Só fui criticada por alguns colegas homens’

    Irine Wardhanie conta que até mesmo pedir um absorvente para outras mulheres pode ser visto como um tabu na Indonésia.

     

    “Antes da minha menstruação descer, eu sinto muita dor. Fico exausta e tenho enxaqueca. Depois, quando minha menstruação desce, eu sinto muita cólica, fico enjoada e com febre. Isso geralmente dura de dois a três dias”, diz Wardhanie.

    “Imagina ter que pedir permissão a um homem para tirar licença menstrual.”

    “No começo, fiquei preocupada com o que os outros poderiam pensar, mas foi tão simples quanto enviar um e-mail para meus gerentes, e eles me apoiaram bastante”, afirma.

    “Na minha empresa é bem fácil, só preciso enviar um e-mail para meu supervisor no dia D e avisar quem faz a escala. Só isso.”

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