Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram mais de 4 mil casos registrados em 2023, número 4 vezes maior no comparativo com o mesmo período de 2022;
Brasil tem alta nos casos de infecções com os dois vírus ao mesmo tempo
Na estação mais quente do ano, o clima no Nordeste e no Brasil, se torna mais favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. No cenário mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem feito seguidos alertas de que a dengue pode virar pandemia e já foram registrados mais de três milhões de casos no mundo nos últimos meses, sendo o Brasil, a Bolívia, a Argentina e o Peru os países mais afetados.
No Brasil, inclusive, uma análise de vigilância genômica e epidemiológica de arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) realizada recentemente, revelou que os casos de chikungunya aumentaram sete vezes e os de dengue, três vezes, em 2023 em relação a 2022.
No Maranhão, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram registrados mais de 4 mil casos de dengue. Segundo a Secretaria de Saúde do Maranhão, no comparativo com o ano anterior, 2023 teve um aumento de 65% nos casos de chikungunya e zica. Confira:
Dengue: 5.412 casos em 2022 e 4.109 em 2023, com 3 mortes;
Zika: 28 casos em 2022 e 101 em 2023;
Chikungunya: 1.619 em 2022 e 2.626 em 2023 e 4 mortes;
Segundo Luciana Coelho, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera de São Luis, o período (calor e chuvas) exige um aumento dos cuidados básicos a fim de se evitar a proliferação do inseto.
“Esse mosquito é conhecido por ser um vetor de várias doenças tropicais graves em humanos. É uma espécie que se adaptou bem ao ambiente urbano e se reproduz em áreas com água parada. Além disso, o Aedes aegypti é o principal vetor de transmissão de algumas doenças virais importantes, em especial, a dengue e a zika. Portanto, é importante ressaltar que os cuidados devem ser permanentes por parte da sociedade”.
A especialista reforça ainda a atenção aos números nacionais, que apontam que o Brasil já ultrapassou a marca de um milhão de casos prováveis de dengue em 2023 e mais de 503 mortes.
Por fim, a docente dá algumas dicas sobre como é possível agir para manter os cuidados e evitar a proliferação do mosquito. Confira:
Elimine locais de reprodução: O mosquito Aedes deposita seus ovos em água parada. Portanto, é essencial eliminar todos os recipientes que possam acumular água em sua casa e arredores, como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas vazias, latas e recipientes de plástico;
Mantenha a limpeza: Mantenha sua casa e quintal limpos e livres de lixo, entulho e objetos em desuso que possam acumular água;
Cubra recipientes de água: Se você tiver tanques de água, caixas d’água ou cisternas, certifique-se de que estejam devidamente tampados para evitar a entrada de mosquitos;
Limpe ralos e calhas: Certifique-se de que ralos e calhas estejam limpos e desobstruídos para que a água possa escoar livremente;
Use repelente: Ao sair de casa, especialmente em áreas onde o mosquito Aedes é comum, aplique repelente de insetos na pele exposta. Certifique-se de seguir as instruções do rótulo;
Use roupas adequadas: Vista roupas de manga longa e calças compridas quando possível, para reduzir a exposição da pele aos mosquitos;
Instale telas em janelas e portas: Use telas em suas janelas e portas para impedir que os mosquitos entrem em sua casa;
Evite horários de pico: O mosquito Aedes é mais ativo durante o amanhecer e o entardecer. Tente evitar atividades ao ar livre durante esses horários, se possível;
Elimine criadouros comunitários: Participe de esforços de limpeza e educação em sua comunidade para eliminar criadouros de mosquitos Aedes em áreas públicas;
Esteja ciente dos sintomas: Fique atento aos sintomas de doenças transmitidas pelo Aedes, como febre alta, dor no corpo, manchas vermelhas na pele, dores nas articulações e olhos vermelhos. Procure atendimento médico se apresentar esses sintomas.