O presidente da Biosev, Rui Chammas, afirmou que a crise do setor sucroenergético, ocorrida entre 2010 e 2015, “vai ficando para trás”, com o cenário de preços remuneradores para o etanol, principalmente no mercado local, e para o açúcar no mercado externo. A companhia divulgou nesta segunda, dia 15, os resultados do primeiro trimestre da safra 2016/2017, entre abril e junho, e relatou um prejuízo de R$ 353,307 milhões, alta de 5,9% ante igual período de 2015/2016, quando apontou prejuízo de R$ 333,686 milhões.
Criada em 2009 a partir da aquisição, pela Louis Dreyfus Commodities, da Santelisa Vale, a Biosev é a segunda maior companhia do setor e foi uma das que mais sofreu com a crise justamente no período de consolidação dos ativos. “O ciclo de baixa que se manifestou de 2010 a 2015 vai ficando para trás. A gente percebe claramente um preço do açúcar aumentando e o do etanol com sinais positivos”, disse. “A empresa que, como a Biosev, tem disciplina operacional e de capex (investimentos) tem tudo para sair fortalecida”, acrescentou o executivo.
Com a projeção de um déficit mundial de açúcar para este e o próximo ano e “um consenso no mercado de que será difícil eliminar esse déficit na safra seguinte (2018)”, Chammas disse que a companhia adotou a estratégia para maximizar a produção da commodity.
A Biosev investiu R$ 5,9 milhões para ampliar a produção de açúcar em até 80 mil toneladas, com aumento do mix de destino da matériaprima para a commodity de 57% para até 59% da cana processada, reduzindo a de etanol para até 41%.
No mercado futuro a Biosev já fixou 40% da produção prevista do açúcar da safra 2017/2018, um volume de 645 mil toneladas de açúcar, ao preço de 18,35 cents de dólar por libra-peso e ainda US$ 178 milhões a preço de R$ 3,692/dólar. Com isso, a fixação em real está em R$ 0,68 por libra-peso, “garantindo resultados animadores para a próxima safra”, afirmou Chammas.
Segundo Chammas, o resultado da Biosev será construído ao longo da safra para que seja positivo ao final do período, em março de 2017. “A safra tem pico no segundo e terceiro trimestres e o resultado construído ao longo da safra”, afirmou.
Fonte: Canal Rural