NO ANO PASSADO, AS VENDAS DE VEÍCULOS NOVOS CAÍRAM 0,72%
Apesar do volume comercializado ser significativo, o setor ainda não recuperou os níveis de vendas anteriores à pandemia
Mesmo com 2 milhões de carros vendidos, mercado automotivo no Brasil segue estagnado
Foi em 2020 que o mundo passou pela pandemia da Covid-19, um evento que além de matar milhões de pessoas, afetou a economia de muitos países de diferentes maneiras. Embora três anos tenham se passado desde esse momento devastador, suas consequências continuam presentes, e um exemplo disso é a estagnação que o setor automotivo enfrenta no Brasil.
No ano de 2022, as vendas de veículos novos caíram 0,72%, após a comercialização de 2.104.143 unidades, enquanto que em 2021 foram vendidas 2.119.395 unidades, de acordo com a Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo a federação, o mercado ainda não reagiu totalmente à crise causada não só pela pandemia, mas também pela escassez de insumos. Em detalhes:
- As vendas de automóveis e comerciais leves (1.957.699 unidades em 2022) caíram 0,85%
- A comercialização de caminhões caiu 2,12% (124.584 unidades) e
- As vendas de ônibus aumentaram 23,42%, contabilizando 21.860 unidades
Embora os números não sejam os melhores, as vendas de veículos foram significativas nos últimos meses do ano passado. Em dezembro, especificamente, houve um crescimento de 4,78% (216.920 unidades) em relação ao mesmo mês de 2021 (207.015).
Vendas de veículos novos 2019 – 2022
Especialistas preveem trajetória de crescimento de mais de 3% para este ano
Apesar dessa situação, o cenário deste ano vem tomando aos poucos um bom caminho. No primeiro trimestre os emplacamentos no Brasil cresceram 16,29%, em comparação com o mesmo período de 2022. Especificamente entre janeiro e março, foram vendidos 471.626 veículos, contabilizando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Somente no mês de março, o setor registrou o total de 198.909 unidades vendidas, o que representa um aumento de 45,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Em fevereiro, o aumento nas vendas chegou a 53,12%. No entanto, embora haja um evidente aumento na comparação anual, os números anteriores à pandemia ainda não foram alcançados, pois no primeiro trimestre de 2019 foram vendidas 608 mil unidades, ou seja, 22,4% a mais do que as registradas entre janeiro e março deste ano.
Nesse contexto e apesar da preocupação geral do mercado, a Fenabrave mantém as projeções de crescimento para o setor em torno de 3,3% em 2023; ainda que as perspectivas sejam incertas, pois deve-se levar em conta a inflação e as elevadas taxas de juros que aumentam o valor dos empréstimos para compra de veículo novo. “Diante do cenário de mudança de governo e das incertezas, é muito difícil projetar qualquer coisa no momento”, disse o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, no ano passado.
Previsões das exportações de automóveis
Em 2022, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que as exportações de veículos aumentaram 27,8% em relação ao registrado em 2021, depois que 481.000 unidades foram para o exterior, especialmente para países da América Latina.
Principais destinos de exportação de automóveis
Obstáculos para aumentar as vendas externas
No entanto, em 2023, a realidade pode ser diferente. De acordo com a projeção feita pela associação, a venda de veículos para o exterior deve ter uma queda de aproximadamente 2,9%, totalizando 467 mil unidades comercializadas. Ainda segundo a associação, carros e comerciais leves podem registrar uma queda de 2,5%, para 439.000 unidades em comparação com as 450.000 registradas em 2022, número que, na ocasião, representou 28,9% a mais do que em 2021.
O segmento de veículos pesados, como caminhões e ônibus, sofreria uma queda de 8,7% de 31 mil que foram exportados em 2022, seriam somente 28 mil unidades.
Para Márcio Leite, presidente da Anfavea, as projeções negativas podem ser atribuídas à situação atual do maior mercado de veículos brasileiros no exterior, que é a Argentina, que nos últimos meses de 2022 apresentou quedas.
Além disso, Leite indicou que o cenário do país vizinho também pode representar dificuldades para os fabricantes brasileiros no médio prazo: “As matrizes levam em conta o potencial de uma operação não apenas para o mercado interno. Sempre apresentamos planos considerando a Argentina, onde também produzimos”, disse.
A associação que reúne as montadoras mostrou que em 2022 as compras argentinas acumularam 139 mil unidades, apenas 5% a mais do que no mesmo período de 2021. Dessa forma, a participação caiu de 35% para 29%. Essa tendência também foi seguida por países como México, Colômbia, Chile, Uruguai e Peru.
Carros mais vendidos em 2022
No mercado há um número infinito de carros, para todos os gostos, no entanto, apesar de ser uma meta que pode ser alcançada, nem todos têm a possibilidade de comprar um. Diante disso, é sempre aconselhável escolher um veículo que se adapte às nossas necessidades, sem esquecer de levar em conta certas responsabilidades, como fazer um seguro de carro e, assim, ter um apoio que ajude os motoristas a se locomoverem com mais segurança.
Nessa linha, como de costume, todos os anos várias marcas se posicionam como as preferidas dos brasileiros e, em 2022, o grupo Stellantis liderou as vendas no país, graças ao desempenho de seus modelos Fiat e Jeep. O Fiat Strada foi o que permaneceu como o mais popular, com 112.456 unidades vendidas.
O segundo lugar ficou com o Hyundai HB20, com 96.255 unidades, seguido pelo Chevrolet Onix (85.252 unidades), o Onix Plus (75.243 unidades) e o Fiat Mobi (72.756 unidades).
Por outro lado, entre as picapes de médio porte, a vencedora foi a Toyota Hilux, produzida na Argentina, com 48.606 unidades, e a Chevrolet S10 ficou em segundo lugar com 27.128 unidades vendidas.
Apesar dos números do setor automotivo terem variado muito nos últimos anos, não há dúvida que as montadoras continuam buscando se posicionar e atravessar esse cenário duvidoso da melhor maneira, onde qualquer resultado é possível.
Autoria
Editora Contadora Analista Melisa Murialdo
Fontes de informação