Bom para o estado que ampliou em 47% sua produção, ruim para outro que amargou uma redução de 68%. Conheça os casos intrigantes do ciclo que se encerrou

Os problemas climáticos renderam à produção de soja brasileira um grande prejuízo na safra 2015/2016. Apesar da pequena queda apresentada na produção da oleaginosa, o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – o penúltimo deste ciclo – ressaltou as enormes diferenças entre os estados e produções em uma temporada inconstante.

estadosA produção deve mesmo fechar em 95,4 milhões de toneladas, queda de aproximadamente 6% em relação às primeiras previsões do ano, na casa de 102 milhões de toneladas. Quando comparada à safra anterior, a queda é de 0,8%. Entretanto, esta não é a comparação correta, ressaltam analistas de mercado.

A área inicialmente prevista foi praticamente a mesma que a plantada, ficando em torno de 33,2 milhões de hectares. Já a produtividade caiu 4,3% ante 2014/2015, passando de 3 mil quilos por hectare para pouco mais de 2,8 mil quilos, um desastre que remete a valores próximos aos registrados na safra 2013/2014.

Apesar da pequena representatividade ante a produção nacional, o Distrito Federal registrou a maior alta na produção entre as unidades da federação: 47%, passando de 147 mil toneladas para 217 mil. A maior queda na produção foi registrada no estado do Piauí, cerca de 68%, já que a previsão inicial era de 2 milhões de toneladas e a colheita chegou a apenas 645 mil toneladas, levando em consideração a redução de 20% na área inicialmente prevista.

O Piauí também registrou a pior produtividade média do país, com 1,143 mil quilos por hectare (19 sacas). Santa Catarina ficou com a marca de melhor produtividade média na safra 2015/2016, com 3,341 mil quilos por hectare (55,6 sacas), alta de 4,4% ante a safra anterior.

Em relação à expansão de área, nenhum estado ampliou percentualmente suas lavouras de soja quanto o Pará, que semeou 336 mil hectares em 2014/2015, e, nesta safra, plantou 423 mil hectares, elevação de quase 26%. Já o contrário, redução de área, apenas dois estados decidiram diminuir suas lavouras de soja: Piauí e Goiás, com queda de 16% e 1,2% respectivamente.

Dos 16 estados que produzem soja no país, dez apresentaram crescimento na produção, enquanto Mato Grosso e o Paraná – que juntos detêm quase 45% da produção – amargaram redução de 5% no volume colhido na safra 2015/2016 em relação à anterior.

Com os resultados desta safra, Mato Grosso segue como maior produtor brasileiro da oleaginosa, com 26 milhões de toneladas, enquanto Roraima não ultrapassa a casa de 79,2 mil de toneladas.

Por fim, a região Sudeste obteve o maior aumento de produção do país, com alta de 28,6%, enquanto o Nordeste ficou com o pior desempenho, registrando queda de 36,6%. O Centro-Oeste fechou com estabilidade na produção, enquanto o Sul e o Norte ampliaram suas participações, com incremento de 3,4% e 10,9% respectivamente.

tabela seca

Sobre o Projeto Soja Brasil
O projeto tem a realização do Canal Rural e da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), com a coordenação técnica da Embrapa Soja. O apoio institucional é do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). A consultoria é de Safras & Mercado e Somar Meteorologia. O patrocínio é de BASF e Mitsubishi Motors. O apoio nos eventos é de Yara Brasil Fertilizantes.

FONTE: Soja Brasil

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