De acordo com levantamento realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente a atividade do comércio eliminou 3.971 postos de trabalho com carteira assinada no estado nos seis primeiros meses

O mês de junho registrou recuperação no nível de emprego formal (com carteira assinada) no Maranhão, com abertura de 1.531 vagas. Contudo, no acumulado do primeiro semestre o saldo no mercado de trabalho é negativo, com o fechamento de 4.233 postos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Os trabalhadores do comércio são os mais afetados, pois no período de janeiro a junho deste ano esse importante setor da economia eliminou 3.971 vagas, queda de 2,69%. Desse total, somente o comércio varejista respondeu pela perda de 3.572 vagas. Nos últimos dois anos, a atividade foi bastante impactada pela recessão, tendo como consequência a retração no consumo, tendo-se observado, além de demissões, o fechamento de lojas em São Luís.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio) reconhece que o setor foi o único segmento que não apresentou saldo positivo na criação de postos de trabalho na economia maranhense no mês de junho, que registrou a eliminação de 258 vagas de empregos formais. Apesar disso, os dados indicam que o saldo negativo de empregos no comércio foi menor do que o registrado em maio, quando foram extintos 932 postos.

Lentidão

De acordo com a Fecomércio, essa lentidão do segmento em voltar a gerar empregos em relação aos demais setores da economia se dá em função do papel exercido pelo comércio na cadeia produtiva. “O comércio atua no fim do processo produtivo, realizando a comercialização dos produtos ao consumidor final. Por isso, em momentos pós-crise, como o que estamos vivendo agora, é natural que o comércio seja um dos últimos setores a recuperar o fôlego do seu mercado de trabalho, pois ele vai depender da recuperação das bases produtivas, como a indústria e a agropecuária, fenômeno que já está acontecendo e pode ser observado nos números apresentados pelo Caged para o primeiro semestre”, avalia o presidente da Fecomércio, José Arteiro da Silva.

Dessa forma, para a Fecomércio, as expectativas giram em torno de uma recuperação gradual do comércio ao longo do segundo semestre. “O comércio já está demitindo menos, o que fará com que nós já alcancemos um equilíbrio entre admissões e demissões, bastante favorável já neste mês de julho. Com isso, prevemos que ao longo do segundo semestre o comércio retome os números positivos na geração de empregos ao absorver o crescimento da renda gerada pelos empregos criados nos setores que formam a base produtiva da nossa economia. Isso gera um efeito em cadeia, trazendo de volta o ânimo dos consumidores, que, por sua vez, voltam a realizar suas compras e, assim, o empresário do comércio pode retornar com seus investimentos, ampliando seus quadros de colaboradores”, explica José Arteiro.

Construção civil

Outro setor fortemente empregador e que tem eliminado postos de trabalho é a construção civil. No primeiro semestre, foram 1.206 vagas fechadas no estado. Agora em junho, porém, houve uma recuperação da atividade, com a abertura de 867 postos de trabalho. A expectativa é que no segundo semestre, com a parada nas chuvas, haja um aquecimento no segmento e novos empregos sejam gerados.

A indústria de transformação também não teve um primeiro semestre positivo, ainda que em junho tivesse sido registrada a criação de 122 postos. No período, foram fechadas 734 vagas no estado. Somente a indústria de produtos minerais não metálicos respondeu por 500 eliminações.

Outro segmento que manteve curva descendente no nível de emprego formal no primeiro semestre foi a indústria extrativa, que perdeu 116 vagas.

Empregos

Os resultados que vêm ocorrendo no campo, com o registro de supersafra de grãos – o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Maranhão colherá 4,8 milhões de toneladas –, têm tido reflexo no mercado de trabalho local. O setor encerrou o primeiro semestre com a criação de 859 vagas.

No mesmo caminho segue o setor de serviços, que gerou 768 postos de trabalho com carteira assinada no período de janeiro a junho.

EM JUNHO

O Maranhão fechou o mês de junho com saldo positivo de 1.531 novos postos de trabalho, segundo dados do Caged. O setor que mais contratou no estado foi a da construção civil, com 867 novos postos criados.

O saldo positivo no Maranhão foi gerado pela diferença entre 12.271 contratações e 10.740 demissões, representando um crescimento de 0,33% em relação ao mês de maio. A agropecuária (765) e a indústria da transformação (118) também contribuíram para impulsionar o emprego no estado.

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