10 de Maio: Dia do Campo – Panorama atual do campo no Brasil

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    10 de Maio: Dia do Campo – Panorama atual do campo no Brasil

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    Dia do Campo é comemorado anualmente em 10 de maio. Em algumas regiões do Brasil, no entanto, a data pode ser celebrada no dia 5 de maio.

    A data surgiu com o objetivo de homenagear e conscientizar a população sobre a importância do campo para a economia e existência de uma sociedade. No campo são exploradas diversas atividades, sendo que o destaque vai para a agricultura e pecuária.

    Atualmente, um dos grandes desafios do campo, é a geração de alimentos que possam abastecer uma população mundial com mais de 7 bilhões de habitantes, sem causar prejuízos para o meio ambiente.

    Campo no Brasil

    No Brasil, desde 1970, com o decreto Lei nº 1.146/70, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra é o responsável por regulamentar e executar as políticas agrárias no território nacional.

    De acordo com os dados do IBGE, do Censo de 2010, 84,4% da população brasileira vive em áreas urbanas e 15,6%, em zonas rurais.

    No campo brasileiro se registram também disputas sangrentas pela posse de terra que prejudicam os pequenos agricultores, indígenas e quilombolas.

    No entanto, também vem dali os alimentos, e grande parte dos produtos que são exportados e geram riqueza para o país.

    Conflitos no Campo

    No início dos anos 50, os conflitos no campo pela posse da terra se acentuam com a expansão das grandes propriedades e com a expulsão de colonos e pequenos agricultores de suas terras. Parte da população rural começa então seu êxodo para as grandes cidades do país. E parte dos que ficam no campo se mobilizam.

    Levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revela que o Brasil registrou, em 2019, 1.833 conflitos no campo, o número mais elevado dos últimos cinco anos e 23% superior ao de 2018.

    Em 2021, 35 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo, segundo dados do Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT). A alta é de 75% em comparação com o ano anterior, quando foram registrados 20 homicídios.

    • 11 assassinatos ocorreram no estado de Rondônia;
    • Três indígenas Moxihatëtëa foram assassinados em Roraima;
    • Além disso, o número de resgatados por trabalho escravo mais que dobrou no último ano: os casos aumentaram 76%.

    No Maranhão, em 2021, foram registrados 215 conflitos de terra, em 51 municípios maranhenses, com oito assassinatos. As situações que estão acontecendo, hoje, no Maranhão, decorrem da supervalorização das terras, e por isso que há expulsões, inclusive, em assentamentos. No primeiro trimestre de 2022, cerca de 92 ocorrências ocasionadas por disputas de terra foram registradas no estado.

    Em um relatório divulgado em 2020, pela CPT, na época o Maranhão liderava o ranking de conflitos agrários em todo o país, com 173 ocorrências.

    Mulheres no Agro: o poder feminino se faz presente em propriedades e organizações rurais

    De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou quase um milhão de mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais no país, de um universo de 5,07 milhões.

    “80% das mulheres rurais do Brasil têm ‘muito orgulho’ de pertencerem ao agro. Porcentagem é maior do que a indicada pela média global, de 70%; pesquisa foi feita com cerca de 4.200 mulheres do agro de 17 países”. Aponta pesquisa.

    No Brasil, o número de mulheres no agronegócio vem crescendo. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, de 2004 a 2015, a quantidade de trabalhadoras nos setores de insumos, agropecuária, agroindústria e agrosserviços passou de 24,1% para 28% do total de trabalhadores.

    As mulheres estão garantindo o seu espaço na agricultura. Estudo da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) (7ª edição da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural) com dados de 2016 envolvendo 2.835 agricultores e produtores de animais de 15 Estados de todas as regiões do País mostrou que a presença da mulher em funções de decisão nos empreendimentos rurais aumentou de 10 para 31% entre 2013 e 2018.

    A pesquisa concluiu, também, que as mulheres utilizam mais a tecnologia, já que 83% das produtoras rurais possuem smartphone, contra 69% dos homens.

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