Nuvens intermináveis de poeira, que simulando um denso nevoeiro, inviabilizavam a visão da paisagem povoada por centenas de milhares de pés de soja. O poeiral denso causado por veículos de passeio e enormes carretas carregadas de milho, soja e arroz, se misturava ao sol intenso da região central do Maranhão, obrigando motoristas e moradores a conviverem com as armadilhas deixadas por buracos no trecho da famosa estrada do Batavo, como é conhecido o trecho da MA-140, no município de Balsas.
Atualmente, a situação mudou. A MA-140 está sendo pavimentada pelo Governo do Maranhão. Gradativamente, o cenário tomado pela poeira, vai sendo substituído por camada asfáltica reforçada, produzida no canteiro de obras situado ali mesmo, às margens da rodovia. A obra foi retomada após o período chuvoso, no trecho de 50 km de Balsas ao povoado Ouro.
Para os primeiros produtores que chegaram à região na década de 1960, a pavimentação da estada do Batavo é o fim de uma via crucis.
“Sou da quarta geração de produtores. Durante décadas nós nos reunimos com governo após governo, e todos prometiam a construção da estrada. Um dia cansamos e passamos a tirar dinheiro do nosso próprio bolso para pagar parte da manutenção. Eu pagava R$ 1.700 reais todo mês”, explica Antonius Phillipsen que produz soja, arroz e milho.
Os produtores pagavam a contribuição de manutenção da estrada de acordo com o hectare produzido, recolhendo em média R$ 150 mil por mês, para a contratação de motoniveladoras capazes de permitir ao menos parte do escoamento da produção.
Anel da Soja
A recuperação da MA-140 é apenas uma parte da maior obra rodoviária pública da história do Maranhão: o Anel da Soja, que interliga quatro rodovias estaduais (MA-006; MA-007; MA-132 e MA-140). Se para os produtores, a obra significa a garantia de escoamento de uma das maiores produções de grãos do país, para a população ela gera alívio, oportunidades de trabalho e renda.
“Para nós, a obra está melhorando a vida no dia-a-dia com a facilidade de trafegar e esperamos que com a movimentação maior de carga, a produção aumente e gere mais emprego e prosperidade para nossa região”, diz Gleyson Brito Ribeiro, que quase todos os dias atravessa a Rodovia 140 em um carro de passeio.
Oportunidades de um futuro melhor
O presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), também ressaltou a relevância das obras do Anel da Soja para região. “Por muitos anos, os produtores daquela região vinham arrecadando dinheiro do próprio bolso para a manutenção da estrada. Com a restauração do Anel da Soja, todo aquele trecho que estava abandonado há muitos anos, agora vai beneficiar além dos produtores, a população que depende de escolas, saúde e que precisa se locomover,”avaliou.
Estima-se que 150 mil habitantes das principais sedes municipais da região, como Balsas, Riachão, Carolina, Tasso Fragoso e Alto Parnaíba, serão impactados diretamente pelo empreendimento, mas o ganho com o escoamento da produção de grãos e as oportunidades de trabalho e geração de renda criados em função da obra, marcarão uma conquista histórica para o Maranhão.
“O Governo do Estado tem consciência da importância dessa obra e por isso se esforça, mesmo com a crise, para criar as condições financeiras que concluam essas obras”, disse o secretário de Agricultura e Pesca, Márcio Honaiser, que trabalha em parceria com a Secretaria de Infraestrutura, para garantir recursos de recuperação da MA-006, que se estende do município de Alto Parnaíba, no extremo sul do estado, à cidade de Buriticupu, na região Oeste do Maranhão.
A extensão da MA-006 por si só, mostra a envergadura de mais uma obra cuja conclusão dá caráter histórico à sua realização.
Fonte: SECAP