O Brasil vem diversificando as exportações de commodities para a China, mas sem perder espaço na soja, o principal item da balança comercial dos dois países.

No mês passado, 77% da soja que entrou nos portos chineses saiu do Brasil. Em igual período de 2015, a participação brasileira havia sido de 67% no mesmo período.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo governo chinês, que apontou uma importação total de 7,76 milhões de toneladas de soja em julho. Desse volume, 6 milhões de toneladas saíram do Brasil.
A Argentina foi o segundo principal mercado fornecedor ao chineses, com vendas de 1,62 milhão de toneladas e participação de 21% nas compras do país asiático.

Os Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, tiveram participação inexpressiva no mês, devido à entressafra e aos estoques baixos no país.

Os números do governo chinês mostram o quão grande é o apetite do país por soja. De janeiro a julho, entraram nos portos da China 46,3 milhões de toneladas da oleaginosa, ante 44,6 milhões em igual período do ano anterior.

O Brasil foi responsável por 27 milhões desse volume, ampliando em 20% as exportações deste ano.

Os Estados Unidos vêm em segundo lugar, com 16 milhões de toneladas, mas queda de 7% no volume exportado.

Essa ampliação de 20% das vendas ocorreu devido à maior disponibilidade de soja no Brasil do que nos países concorrentes e à atratividade do produto brasileiro.

A desvalorização do real tornou a soja brasileira a mais competitiva no mercado. Os produtores brasileiros receberam um bom preço em reais, e os chineses gastaram menos devido à valorização do dólar.

A situação a partir de agora, no entanto, poderá mudar. Os Estados Unidos vão colher uma supersafra de 110 milhões de toneladas, enquanto o Brasil já colocou boa parte do produto que tem para fora dos portos brasileiros.

Além disso, o país não deverá ter mais o incentivo do dólar, que perdeu força diante ao real.
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Baixa geral – As commodities agrícolas tiveram queda generalizada nos preços nesta quarta-feira (24) no mercado internacional.

Menor em dez anos – Em Chicago, o trigo manteve a tendência de queda, e o valor mínimo de negociação recuou para US$ 4,23 por bushel (27,2 quilos). Foi a menor cotação desde setembro de 2006.

Pelo ladrão – A queda nos preços de trigo ocorre devido à boa oferta de produto neste ano. Os estoques finais da safra 2016/17 deverão atingir 253 milhões de toneladas, 47 milhões a mais do que há duas safras.

No embalo – Perspectivas de safras elevadas derrubaram também os preços da soja e do milho. O primeiro contrato da oleaginosa recuou para US$ 10,31 por bushel (27,2 quilos), enquanto o milho foi negociado a US$ 3,28 por bushel (25,4 quilos).

Nova York – As commodities agrícolas negociadas nesse mercado também recuaram. Açúcar e café lideram as quedas, caindo para 20,22 centavos de dólar e 142,15 centavos de dólar, respectivamente. As quedas superaram 2% no dia.

Fonte: Folha de S.Paulo
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